segunda-feira, 8 de outubro de 2007

Pedaços...



Estava ali seguro, na minha mão, mas bem seguro mesmo! Nem muito apertado nem muito solto. A força com que o segurava era a exacta, a precisão digna de alguém que realmente percebe do assunto.
Não tirei engenharia, nem nunca fui muito hábil com as mãos, no entanto ali tudo batia certo. Eu segurava-o, ele estava seguro, e eu sorria como quem só tem um elevado grau de confiança sorri.
A felicidade era avassaladora e cheguei mesmo a dar asas à distracção para olhar para outras paisagens, para pensar em outros assuntos e mesmo para caminhar por outros caminhos.
De duas mãos em concha passei só para uma. Afinal o hábito e o tempo conseguem transformar uma tarefa à partida difícil em algo com que lidamos, diria até, com uma certa leviandade.
Estava feliz! Sentia-me completa!
Ao andar por outras paragens, ao ver outros olhares, ao deixar-me inundar por outros pensamentos, ao poder esticar o braço para outras verdades sentia-me livre e ao mesmo tempo confiante, porque ele estava ali seguro!
Sem que eu percebesse como caiu...
Agora tenho os pedaços dispersos à minha frente
sem saber como os colar
sem saber mesmo se ainda os quero unir!

Fotografia: Glass and wire by David J. Nightingale
(Todos os Direitos reservados)

3 comentários:

Patrícia Manhão disse...

Nunca se deve dar nada (nem ninguém) como certo...

Anónimo disse...

Há pedaços que não querem ser colados...porque se calhar nem eram tão unidos assim....

Sandrine disse...

Têm os dois a razão toda ;)
Jokinhas