quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Não deixes de vir...


Vem acalmar-me os meus medos
e bem devagarinho contar-te-ei os meus segredos
Vem devagar aconchegar-te a mim
e sem pressas dir-te-ei o que anseio
vem com a ânsia do encontro em ti
e juntos descobriremos o desejo!



Fotografia: Hugging you by Nuclear Seasons
in http://nuclearseasons.deviantart.com/
(Todos os Direitos reservados)

terça-feira, 27 de novembro de 2007

...


Ias a correr como quem está a fugir
a fugir como quem tenta não morrer
a morrer como quem já não consegue sentir
Ias sem sequer olhar para trás
para trás deixaste o que ficou
e o que ficou não volta mais
Ias com a pressa definida
definiste nos passos a coragem
e a coragem foi quem marcou a partida
Ias a correr e paraste
paraste para pensar na vida
na vida que desperdiçaste
Começaste a andar devagar
e com vagar saboreaste
o Passo que acabaste de dar


Fotografia: Shady running by Gilad
in http://gilad.deviantart.com/
(Todos os Direitos reservados)

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Pode ser?



e se eu adiasse o Natal só por um mês ou dois?
será que alguém se iria importar?
e se eu comprasse as prendas só depois?
será que alguém iria aceitar?!



Fotografia: Waiting for something I don't by holloweg
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sexta-feira, 23 de novembro de 2007

Parabéns Kru

Há pessoas assim
que nos deixam estupefactas
Há pessoas que nos enchem
que nos preenchem
que nos satisfazem
Há pessoas que nos divertem
nos fazem chorar a rir
parece que estão ali só para nos divertir
Há pessoas que nos tocam
em que a sua dor é também a nossa
que nos fazem chorar
Há pessoas indispensáveis
que fazem parte da nossa vida
que são como se fossem da família
Há pessoas assim!
E o que dar a alguém assim?
Pensamos em dar o Mundo
mas depois é muito pesado
Pensamos no Universo
mas é infinito
Pensamos numa estrela
mas é muito brilhante
e ficamos de mãos a abanar
Hoje não te posso dar
nem mais nem menos do que te tenho dado
O meu apoio incondicional
o meu sorriso escancarado
E uma amizade que está aqui para durar!


Fotografia: Firnds forever by Exceptio
in http://exceptio.deviantart.com/
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quinta-feira, 22 de novembro de 2007

...


O meu coração é inconstante
por vezes insatisfeito
por vezes quase desfeito
Bate a ritmos desconhecidos
em arritmias constantes
Por vezes julgo que anda com pressa
bate tão depressa e tão forte
que chego mesmo a pensar que está atrasado
Tenta fazer o tempo andar para trás
apanhar os momentos que já passaram
guardá-los numa qualquer artéria
Outras vezes parece cansado
quase parado...
Cansado que anda do mesmo ritmo
vai oscilando nas batidas
e anda quase sempre descompassado.


Fotografia: Heart by Snul
in http://snul.deviantart.com/gallery/
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quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Spinning


Entram sem pedir licença a ninguém.
Ainda não sei se será uma questão de falta de educação
às vezes parece-me que bastava ter um bocado de cuidado
Entram de rompante, insinuam-se flagrantemente e depois instalam-se
Fazem disto um modo de vida, uma forma de estar
Empurram tudo e metem-se à frente como se tivessem esse direito desde a nascença
Brincam connosco, confundem-nos e depois evaporam-se
Quando lhes apetece voltam a aparecer
Não que tenham sido chamados
Mas acham mesmo que são tidos e achados
Por vezes gostava que parassem
ou que pedissem licença
com um pouco de cuidado, um pouco de delicadeza
qualquer coisa do género
"Somos Pensamentos, será que podíamos entrar só por um momento na sua cabeça?"

Fotografia: Nine by Nasht-01
in http://nasht-01.deviantart.com/
(Todos os Direitos reservados)

Dancing Queen


Gosto imenso de ouvir música
de a deixar entrar dentro de mim
ganhar o seu próprio espaço
de a acompanhar... e de mãos dadas pomo-nos a dançar
Dançamos as tristezas e as alegrias
as mesmas de todos os dias
Dançamos os sonhos e as fantasias
suamos pelo ritmo da vida.


Fotografia: Dancing Queen de Anorexiax
in http://anorexiax.deviantart.com/
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segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Impotência


Há um texto dentro de mim pronto a sair
uma ideia que se começa a formar
fecho os olhos e as letras juntam-se
aleatoriamente vão formando mil e uma palavras
mas o texto não sai
Por vezes acordo a meio da noite
sento-me na cama
e vêm-me à memória resquícios de textos pensados
... que ainda não escrevi
que estava a formar
Nunca os conseguirei reproduzir
é pena! Esses são sempre os meus melhores textos!
Sinto-me a fervilhar
as palavras a quererem saltar
frases que se querem encarrilar
um sentido que se quer fazer voz
que se quer emancipar
Sinto essa explosão de ideias e nada sai
pouso os dedos no teclado e eles não sabem o caminho a seguir
não sabem por onde começar
Talvez comece como todas as histórias começam
e depois logo se vê...
"Era uma vez...
era uma vez um texto que se queria ver escrito
uma mensagem que queria ser passada
um sentido que até tinha o seu sentido
e umas mãos que se sentiram baralhadas"

Fotografia: Sense of emergency by Denis Olivier
in http://denisolivier.deviantart.com/
(Todos os Direitos reservados)

sexta-feira, 16 de novembro de 2007

Curiosidades


Não... não faço por mal
Mas tens que compreender
há um mundo inteiro lá fora
e eu estou desejosa de o conhecer
Não... não faço por mal
é assim que eu conheço as coisas
só assim consigo aprender
Tenho mesmo que mexer,
tenho que espreitar
tenho que perguntar
Não... não faço por mal
por vezes as coisas escorregam-me das mãos
pergunto o que não devo
e digo coisas disparatadas
eu só queria ter graça...
entrar nas vossas conversas
Não... não faço por mal
mas há uma infinidade de coisas para aprender
e eu só conto contigo para me as ensinares!


Fotografia: Curiosity by Nasht1
in http://nasht-01.deviantart.com/
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Violinos


Entre a solidão e o vazio… venha o vazio, venha apenas a ausência de espaços e de conteúdos mas nunca a ausência de pessoas e de pensamentos, venha a ausência de mobília numa casa pintada de fresco mas nunca a ausência dos objectivos de como mobilá-la ou de com quem partilhá-la, venha o vazio mas nunca a solidão.
Entre a solidão e o vazio… venha o vazio que é sempre passível de ser preenchido, que tem paredes e muros em volta que sempre implicam um espaço que, de algum modo, nos abraça e nos envolve. A solidão implica em si mesma a ausência dos muros e das paredes, implica a inexistência do espaço e, pior ainda, a ausência dos abraços.
A solidão por não ser física e por não ter um corpo, vale o que vale, vale a dor e o sofrimento, vale a ausência do que poderia estar presente. A solidão é o gemer das cordas de um violino, é o ouvir do arco a acariciar as cordas, é ouvir o ofegar do violinista. A solidão é darmos vida e voz a um violino e não termos com quem partilhar esse milagre supremo que é a música, não termos com quem chorar essas notas. Chorar ao ouvir um violino a tocar é unirmo-nos num campo metafísico à essência musical, é oferecer as nossas lágrimas como presente, é sofrer gratuitamente porque a melodia que daquele instrumento emana nos abraça, nos magoa, nos dá vida. Essas sempre foram as minhas melhores lágrimas, as mais puras e inocentes, as que insistem em lembrar-me que uma nota perfeita na terceira posição do violino é vida!
Melhor do que o uivar do vento, do que o som das ondas a rebentar, é, sem dúvida, o som de um violino. Nunca vos deu a sensação de que ele estava a falar com vocês? Nunca vos pareceu que estava a pedir-vos socorro? A gemer de dor apenas para que vocês o afagassem, o acarinhassem? Então já sabem o que é a solidão! Porque a solidão é isso mesmo, é ouvirem um violino a gemer, é ele gemer dentro de nós, gritar por socorro dentro de nós… se há alma ou uma consciência interior então ela é esse violino, essa forma suprema de vida. A solidão é o não conseguirmos responder a esse apelo que é feito por nós próprios a nós próprios.

06/07/2004

(Peço desculpa por estar a meter aqui um texto meu já antigo... mas à falta de inspiração...)

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Arritmias


Nem sempre o ritmo é o que desejamos
parece mesmo que nunca é o certo
nas arritmias que nos acompanham
nos silêncios entre impulsos
eu observo
limito-me a observar
Vou observando os ritmos alheios
passando a seu lado
não olharia para eles por outro motivo qualquer
e nem eles reparariam em mim
vou vendo os ritmos a que se regem
olhando para onde olham
dois estranhos em mundos paralelos
em pontos extremos da mesma linha
sem um único ponto em comum
Vejo o seu cansaço,
as rugas das horas que passam
a pressa de chegar
para depois voltar a sair
A repetição dos dias sempre iguais
amanhã à mesma hora volto a observá-los
eu na janela do comboio
e eles sentados no cais.

Fotografia: Waht if bt Raun
in http://raun.deviantart.com/
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terça-feira, 13 de novembro de 2007

Simmm???


E se eu te pedisse?
Se te pedisse com jeitinho
muito devagarinho?
E se eu te desse uma razão?
podia sempre inventar uma...
não tenho motivos
mas que me apetecia, apetecia...
E se em troca te der um sorriso?
um piscar de olho meio retorcido
ou uma língua a sair da boca?
armada em menina marota
E se eu te dissesse
que era uma questão de morte ou de vida?
Deixavas-me tirar-te uma fotografia?

Fotografia: Integrate XI by Mehmeturgut
in http://mehmeturgut.deviantart.com/
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quinta-feira, 8 de novembro de 2007

...


Não consigo precisar os momentos exactos
as ligações, a cumplicidade
Não consigo dizer que foi por isto ou por outra coisa qualquer
se foi dos anos passados em comum
se foi da infância partilhada
das brincadeiras ou das discussões
dos presentes inesperados
das saídas forçadas
Não sei explicar o porquê
de olhar para ti e sentir-me a crescer
de ter orgulho em tudo o que fazes
de seres como eu gostaria de ser
Nunca te consegui explicar
que se sempre vivi na tua sombra
não é porque seja menos
mas porque sempre foste o meu Sol
Não consigo precisar
mas também não é preciso explicar
Ama-se porque se ama
e amo-te assim desde criança!

Fotografia: Ghost Opera 24 by Denis Olivier
http://denisolivier.deviantart.com/
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quarta-feira, 7 de novembro de 2007

Infinito


Agrada-me a ideia de Infinito
agrada-me pensar que pode haver algo que perpetua no tempo
que deixa a sua marca no espaço
e que se mantém
que se fixa
Agrada-me a ideia do "para sempre"
não a do "até que a morte nos separe"
nessa não acredito
Mas sim a ideia de que não muda
aliás que muda mas que fica
que não se silencia ao mesmo tempo que não se ouve
que está lá
que está aqui
que ficou
Julgo que é esse o fascínio pelas estátuas
pelos castelos
pelas ruínas
Para mim são as paisagens vazias de conteúdos
ainda sem edifícios plantados
sem centros-comerciais cultivados
Um ponto lá ao fundo
uma árvore
uma casa
uma pedra
e à volta o silêncio já perdido


Fotografia: Endlessly by Denis Olivier
in http://denisolivier.deviantart.com/
(Todos os Direitos reservados)

terça-feira, 6 de novembro de 2007

Em bicos de pé...



Como numa dança
aproximo-me em bicos de pés
pés descalços sobre o mármore frio
gosto de sentir o frio nos pés
gosto de os sentir quase a gelar
... depois aqueço-os nos teus
queixas-te que estão frios
mas enroscas os teus pés nos meus
como numa dança...
Aproximo-me em bicos de pés
para não acordar o silêncio que reina
para não quebrar a sonolência dos gestos
para não perturbar os sonhos sonhados
Aproximo-me em bicos de pés
o calcanhar erguido no ar
os braços abertos pronta a rodopiar
e com um sorriso deixo-me cair
Como numa dança aproximo-me
e sem que se faça convite
começamos os dois a dançar...

Fotografia: Dancing figures by NuclearSeasons
http://nuclearseasons.deviantart.com/
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