quarta-feira, 28 de maio de 2008

Tentar Viver!


É uma dor no peito que não tem explicação
uma sensação de solidão
Assola-me a fome dos momentos que ainda tenho para viver
a sede dos sentimentos que ainda existem para sentir
São feridas abertas pelas memórias deixadas para trás
as que tento esconder de mim ... sempre a tentar fingir
Esfaqueia-me esta forma de vida que é a minha
fere-me no mais profundo que há em mim
Faço a junção de mil quadros distantes
escolho o melhor que já vi
imagino que foi o que sempre vivi
Mas a dor é feita carne unida aos ossos
unidas sempre até à morte
e assim fico-me por aqui...
com uma dor que me assola a existência
com uma fome e uma sede que me fazem entrar na demência
que é o tentar Viver!


Fotografia: Apocalyptica VII by Mehmet Turgut
(Todos os Direitos reservados)

terça-feira, 27 de maio de 2008

Simpatias


A Kruella teve a simpatia de me atribuir este prémio! Obrigada Comadre (he he he). E vi agora que a Miss Precious também me atribuiu este prémio... :)
Depois de muitas deliberações, reuniões à porta fechada e votação secreta o fumo branco saiu pela chaminé do meu prédio (sim porque edifícios daqueles todos ah e tal só mesmo o Papa) e os nomeados para este prémio foram:

Shots de Vinagre (Chapas)
Não compreendo as Mulheres (Bagaço Amarelo)

mais uma vez obrigada Kru e Miss Precious! :)

segunda-feira, 26 de maio de 2008

Hoje apenas isso...


Hoje apetecia-me isso mesmo... deixar-me ficar a dormir... sonhar... fingir...
Hoje ficaria de bom grado no meio dos lençóis, o dia todo de olhos fechados...
Hoje apenas isso me bastaria... lembrar-me do teu cheiro... do teu beijo... de te sentir dentro de mim...
Hoje isso apenas seria suficiente... fingir que também seria suficiente para ti!



Fotografia: Why by Mehmet Turgut
(Todos os Direitos reservados)

sexta-feira, 23 de maio de 2008

Dói"s"-me (by Bruno Nogueira)


"Dói-me. Dói-me muito. E não sei onde. Dói-me quando olho para ti, quando te vejo já ao longe, de cigarro encarcerado entre os teus dedos tão monstruosamente pequeninos. Dói-me saber que só te volto a ver quando já for tarde, e quando a dor se cansar de tanto me cansar. Tenho as mãos suadas e o coração a transpirar de tanto dar voltas e revira-voltas.
Dava tudo para saber estancar o palmo e meio de rasgo que me fazes na carne, não para o fazer, mas só para saber como actuar em caso de extrema urgência, que de urgência já eu vivo.
Dói-me muito, mas não sei onde. Se agora mesmo entrasse nas portas cansadas de um qualquer hospital, ficaria dia e meio para explicar onde e o que me dói. E ainda assim, dia e meio depois, estaria exactamente no mesmo ponto da conversa. Estaria de frente para uma bata branca, curvado de dores, de soro a violar-me o braço e o sangue, e de coração semi-risonho, como uma criança que faz das suas e olha para o lado para que ninguém a veja. "Juro que me dói senhor doutor, juro-lhe." De que vale explicar uma dor a quem nunca a sentiu?
A dor que me causas passa os limites de cinco países juntos.
Apetece-me beber-te a conta-gotas.
Dói-me. Dói-me muito. E quando me disseres onde, vai doer-me muito mais."

Texto de autoria de Bruno Nogueira
(Todos os Direitos reservados)

Mais um texto que gostaria de ter sido eu a escrever... já que os sentimentos estão cá todos!


Fotografia: Amber - Perched by Scott Nichol
(Todos os Direitos reservados)

terça-feira, 20 de maio de 2008

Narcisismos


A chuva cai no pavimento molhado
Vou acompanhando o movimento da queda, acompanhando o seu percurso até ao chão alcatroado. O chão mil vezes percorrido.
Vejo o meu reflexo e fico parada. Atónita. Tento perscrutar as semelhanças de mim, tento rever-me naquela imagem cujos contornos se desenham no chão, tento encontrar a sombra do que fui, tento reconhecer as formas que são as minhas.
Paro a olhar para o chão como se um sinal vermelho me bloqueasse os movimentos, como se não conseguisse mais me movimentar.
Tento encontrar-me num reflexo de um chão alcatroado como se de um rio se tratasse.
Não me apaixonei por mim como no mito.
Tal e qual como também tu não te apaixonaste.
Continuo a andar pela estrada movimentada. Os pensamentos esses sim correm.
Imagino o que vês quando me vês. Imagino que também tu não reconheças a imagem de mim e vejas apenas a imagem que tens de mim. Serei apenas um número? Uma data? Uma forma concreta do Bilhete de Identidade?
Descontextualizada.

Em desarmonia continuada.
A chuva já não cai mais.
O chão já está quase seco.
E sem dar por isso eu continuei parada a tentar encontrar-me numa imagem desfocada.


Fotografia: Wet Road by Absent Godded
(Todos os Direitos Reservados)

segunda-feira, 19 de maio de 2008

Vamos... sonhar....


Vem...
Se te pedisse virias?
Se te o dissesse acreditarias?
Vem...
Ajuda-me a conhecer o mundo
ajuda-me a fazer as mudanças de fundo
Vem...
Salta comigo os obstáculos
vem comigo mudá-los de sítio
empurrá-los para o lado... só um bocadinho
Vem...
Vamos fingir que um dia será possível
vamos sonhar com o impossível
Vamos criar uma nova realidade
Vem...
Vamos...
Vamos continuar a sonhar um sonho docinho
porque quando acordarmos
iremos seguir cada um o seu caminho.


Fotografia: Black and White Dreaming by Liviu Burlea
(Todos os Direitos reservados)

sexta-feira, 16 de maio de 2008

Chegar a partir...



Ando sem trazer comigo a pressa de chegar
e com a incerteza do caminho a seguir
Sei que a chegada não me vai parar
sei que terei sempre a urgência de partir!



Fotografia: s/nome by Bucz
(Todos os Direitos reservados)

quinta-feira, 15 de maio de 2008

...


Escrever não é algo que se peça
muita vezes nem é algo que se queira
Se escrevo é porque algo em mim quase transborda
é porque algo em mim quase se afoga
porque quase perco o ar
É a urgência desta escrita que se fez ferida
é a dor das palavras mal paridas
é o parto de um sentimento sem nexo
Por isso sou assim
de uma forma quase descabida
apenas um meio para a minha escrita
Por isso sou isto
que não é alegre nem é triste
que não é esperança nem desengano
que nem sequer tem grande engenho
sou eu! só desta forma completa
só desta forma em harmonia!


Fotografia: Dred by Grzegorz Szczerbaciuk

(Todos os Direitos reservados)

O amor...


O amor é um estado de graça
dizem os entendidos
eu cá não sei
que nunca fui grande entendida nesses e noutros assuntos
Lá vou tendo as minhas paixões
sempre seguidas das suas decepções
que isto não há belas sem senões
Mas no fundo tudo se resume a sentimentos
a um ou outro estremecimento
e a uma outra boa sensação
Mas não me tomem por fria
sou uma moça bem quentinha
e que pende para os assuntos do coração...


Fotografia: nu by Yuri Bonder
(Todos os Direitos reservados)

Desculpa


As palavras conseguem ter uma força abismal
por vezes são doces, fazendo-nos sorrir
por vezes são azedas, fazendo-nos chorar
e eu só posso tentar me desculpar
das feridas que abri!



Fotografia: Amplify White by Deyan Stefanov
(Todos os Direitos reservados)

terça-feira, 13 de maio de 2008

Vem...


Vem
vem e mima-me só por um bocadinho
faz-me sentir querida
não amada... apenas querida
vem e dá-me miminhos
e eu juro ficar quietinha
e até ronronar se for preciso...



Fotografia: Natural Poser by Caylee Wilson
(Todos os Direitos reservados)

Porque sim!


Se escondo o meu rosto não é por vergonha do que fiz mas por receio do que possa vir...
Se escondo o meu corpo não é por medo que me descubram mas por receio de quem possa vir a descobrir...
Se rapidamente limpo as lágrimas que vertiginosamente teimam em cair não é por não querer chorar mas por não querer que tenham pena de mim...
Se fecho os olhos não é por medo do que venha a ver mas por medo do que venha a sentir
Se te afasto não é por medo de te ferir mas por medo de te mentir
Se te afasto não é por medo de te mentir mas por medo de te ferir
Se me afasto não é porque me escondo é porque me protejo
Se me protejo é porque simplesmente prefiro assim...


Fotografia: Hidden by Deyan Stefanov
(Todos os Direitos reservados)

quinta-feira, 8 de maio de 2008

Flash news!


It's now official... ended up loosing you for good my friend!



Ilustração: Eternal rest by Bucz
(Todos os Direitos reservados)

Changes...



Queria puder mudar as minhas medidas
e não estou a falar de gordurinhas ou de barriga
Usar a moda como alternativa
atitude positiva com mais roupa colorida
Ou então usar mais bijutaria e isso traria mais alegria
Usar um ou outro acessório
e tornar-me uma pessoa catita
Mudar de guarda roupa e isso mudar a perspectiva
e quão fácil isso seria!
Queria que fosse como ir às compras
comprar o que não se conseguiu mudar ao longo da vida!


Ilustração: Bags by Killyourlove
(Todos os Direitos reservados)

terça-feira, 6 de maio de 2008

Talvez que...



Talvez que a vida seja isto mesmo! Sem mais nem menos apenas isto.
Talvez que a filosofia nem entre nesta roda vida de paragens e de movimento.
Talvez que não sejam precisas palavras, sinónimos ou conceitos.
Talvez que os adjectivos sejam apenas e só isso... uma maneira de tornar algo bonito.
Talvez que nem a ciência faça muito sentido e quando penso nisso... nem sequer o faz a matemática. Somamos números em papeis aos quadradinhos e na vida subtraímos a emoção do dia-a-dia, subtraímos o 1 ao 2 e em última análise acabamos sempre com o resultado a 0. Talvez que no fim nada faça grande sentido porque acabamos por fazer de tudo sempre um enorme alarido.
Talvez que até pensar nem seja preciso e logo cai por terra o "penso logo existo".
Talvez que no fundo baste apenas isto:
Vivermos todos os dias de início!


Fotografia: Dreamspace reloaded by Denis Olivier
(Todos os Direitos reservados)