quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Estou a ficar Inteligente...

... e de certeza que tenho o cérebro a crescer ou não sentiria esta pressão na cabeça e estas pontadas constantes!!

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Inspira... expira...

Esperneio
bato com a cabeça
finco as unhas
reviraria os olhos se conseguisse
espernearia se alguém me agarrasse
fincaria as unhas se houvesse alguém por perto
deixo-me ficar
sentada
despenteada
inspiro como quem quer todo o mundo dentro do peito
expiro como quem dá à luz um filho
seguro-me à terra
agarro-me às raízes
ouço-me a arfar
ouço o meu sangue pulsar
e sinto-me a enlouquecer
Esperneio
bato com a cabeça
finco as unhas
e fecho os olhos
inspiro como quem acabou de ter um filho dentro do peito
e expiro como quem se quer ver livre do mundo.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Intermitências das noites

Deito-me e logo começo a sonhar
não necessariamente sonhos bons
não necessariamente pesadelos
sonho muito! sempre sonhei muito!
incomoda-me. não me deixa descansar.
deito-me e logo começo a sonhar
acordo. quero mudar de sonho. aquele é um sonho mau.
volto a dormir. volto a sonhar. volto a acordar.
mudo de posição na cama. tapo-me. destapo-me. acordo. sonho. acordo.
de manhã o relógio diz que falta uma hora para me levantar e adormeço profundamente.
sem sonhos. sem mudar de posição.
o cão ladra. acordo. mudo de posição.
o cão volta a ladrar. volto a acordar. volto a mudar de posição.
saio da cama já cansada desejosa de voltar sem sonhos. sem acordar. sem um cão a ladrar.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Daqui a uns quantos km...

.... estarei de volta!


Até lá... façam o favor de serem felizes!

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Arrumações

Sinto o formigueiro na ponta dos dedos
uma onda de qualquer coisa a encher-me o peito
a ânsia de vir aqui e escrever qualquer coisa
uma vontade inexplicável de deitar cá para fora
só para descobrir o que tenho cá dentro
alguma coisa que não sei
não sei o que é
que não tem nome
que não tem nada
Sinto a dor de uma palavra ainda por parir
sinto a ânsia de estar quase a partir
a vontade de começar
e o medo de não aguentar
Sinto o formigueiro dos medos e dos desejos
que são tudo formas diferentes de anseios
que são tudo formas diferentes de vida
que sou eu de forma tripartida
de forma partida
de forma dividida
Sinto o formigueiro das dúvidas
só minhas
dos medos
só meus
das vertigens das coisas pequeninas
da falta de futuro
da falta de fundo
da falta de coluna
Sinto o formigueiro pequenino de um mundo enorme em erupção
em constante alteração
em constante movimento
Sinto-me a tremer, a perder o pé, a ter falta de ar
falta-me chão
falta-me espaço
falta-me oxigénio
faltam-me as palavras
e continuo a sentir o formigueiro na ponta dos dedos
na ponta dos meus anseios
no meu mais profundo desejo
e calo as esperanças
calo os sonhos e as lembranças
E meto no mesmo saco o passado e o futuro
só para não ter que pensar muito
e deixar-me simplesmente estar.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Tenho a dizer que...

... estou com imensa fome (mesmo depois de ter bebido um iogurte liquido)
... estou farta de estar aqui
... estou feliz porque os meus coentros e a minha salsa estão a crescer a olhos vivos
... estou descansada porque o canito deixou-me dormir a noite passada
... estou ansiosa pela viagem que aí vem
... estou sempre desejosa de ir fazer mais um bocado da minha manta
... estou a começar a achar que estou velha por gostar de coisas como plantar e tricotar
... estou a pensar meter cortinados em casa de uma vez por todas
... estou a considerar mudar de trabalho
... gostava mesmo de mudar de país

E basicamente era isto que eu tinha a dizer... nada de muito importante, nada de muito filosófico, nada de muito imponente... pequenas coisas...