E se na repetição das horas perdermos a visão dos minutos?
sussurras-me ao ouvido o passar dos segundos?
terça-feira, 21 de abril de 2009
Porque às vezes é preciso calar!
Chega de palavras meigas!
Chega de palavras cheias de emoção
cheias de ilusão
Chega de imagens que nunca foram fotografadas
mas que deixaram para sempre a sua marca
deixa-me tentar ao menos arrancar as palavras
tirar-lhes o seu contexto
deixá-las perdidas e sem nexo
Chega de palavras doces
dos beijos e dos beijinhos
do "seremos para sempre amigos"
do futuro sem condições
e das suas contradições
chega de ilusões
Chega de palavras faladas
de palavras escritas
de palavras sentidas
Chega de palavreado
do sentido e do mal floreado
chega das palavras ocas
das palavras vazias
das palavras que eu um dia amei
das palavras que esqueci
e das palavras que detestei
Chega de palavras
das suas consoantes e das suas vogais
dos seus espaços e dos invertebrados
dos sinónimos e dos antónimos
das regras gramaticais
das facadas e dos erros
chega até de tanto enredo
de tanta complicação.
Chega de escrever
chega de ler
chega de ter informação a entrar
chega de me sentir sempre a lutar
chega de remar
de remar contra as palavras
de remar contra os sentidos
de remar contra nada
Chega de palavras
das bonitas e das feias
das que nos fazem rir e chorar
das que nos fazem sonhar
Chega de palavras
e é por chegar
que vou acabar!
Fotografia: kenan dogulu olmaz IV by Mehmet Turgut
(All rights reserved)
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1 comentário:
Gostei muito... ou não. he he
mamica
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