"Pode estar velha, usada, rota e suja
não é por isso que deixo de a olhar com carinho"
Dizia estas palavras ao mesmo tempo em que os seus olhos lacrimejavam. Não sei se era pela idade ou porque se emocionara. Não lhe perguntei.
"Pode já nem ser o que era. Para mim é a mesma.
Por vezes as coisas não são o que são mas sim o que foram." Pára como se precisasse dessa pausa para respirar. Enquanto respira e com o mesmo vagar com que respira ampara-se naquela poltrona como quem coloca a mão num ombro de um velho amigo.
"Não! São o que representam. E para mim as suas representações são episódios da minha vida. São os cheiros da comida acaba de fazer. São as lágrimas dos filhos embalados. São as gargalhadas de cócegas e de brincadeiras."
De repente percebi. Aquela poltrona era ainda o que restava da sua vida e enquanto um existisse não valia a pena tirar o outro de cena. São peças que se complementam.
De repente percebi. Afinal aquela poltrona também era a fiel depositária das minhas lágrimas, dos meus sorrisos e das minhas zangas. Também ela fazia parte da minha memória visual, auditiva e principalmente emocional.
Ali também eu percebi a importância da vida...
não é por isso que deixo de a olhar com carinho"
Dizia estas palavras ao mesmo tempo em que os seus olhos lacrimejavam. Não sei se era pela idade ou porque se emocionara. Não lhe perguntei.
"Pode já nem ser o que era. Para mim é a mesma.
Por vezes as coisas não são o que são mas sim o que foram." Pára como se precisasse dessa pausa para respirar. Enquanto respira e com o mesmo vagar com que respira ampara-se naquela poltrona como quem coloca a mão num ombro de um velho amigo.
"Não! São o que representam. E para mim as suas representações são episódios da minha vida. São os cheiros da comida acaba de fazer. São as lágrimas dos filhos embalados. São as gargalhadas de cócegas e de brincadeiras."
De repente percebi. Aquela poltrona era ainda o que restava da sua vida e enquanto um existisse não valia a pena tirar o outro de cena. São peças que se complementam.
De repente percebi. Afinal aquela poltrona também era a fiel depositária das minhas lágrimas, dos meus sorrisos e das minhas zangas. Também ela fazia parte da minha memória visual, auditiva e principalmente emocional.
Ali também eu percebi a importância da vida...
Fotografia: Drain by Raun
(Todos os Direitos reservados)
4 comentários:
Digamos que se trata de uma poltrona de backups
Uma vez que guarda tudo...em termos emocionais.
jito
:) pelo menos é poiso certo.
OPa...como dizia o PP...este país não é para velhos...Raios!
Deita fora a poltrona ou então lava-a...mas suja....quer dizer...parece-me mal!
:P
pp: é o que se chama de Home sweet home! ;)
Kru: (para não te chamar nenhum nome again) em vez de falares logo em deitar fora porque é que não ofereces ajuda a esta tua amiga que sofre das costas para lavares a poltrona? Que raio de programa pro-ecológico é que tu fazes que quando alguma coisa se suja deitas logo fora?
A palavra do dia é RECICLAGEM MUJER!!!!
Dahhh...falaste em velha e suja...de ranho,sim pk se choraste lá de certeza que te ranhosaste toda)
Opa eu para lavar essas coisas que não posso meter na máquina só com uma máquina de agulhete de pressão!
Além disso sou filha de uma mulher doente :P
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