Deve haver outra maneira de fazer com que as coisas façam sentido.
As coisas não. As minhas desculpas. Deixem-me corrigir: os pensamentos.
E já agora os sentimentos também.
Deve haver um outro modo de compartimentar e de fazer com que tenham sentido. De torná-los racionais.
E já agora automáticos.
Sim, que esta coisa de pensar e re-pensar só dá dor de cabeça
e muitas vezes sentidos que se perdem nos sentimentos e sentimentos que são mal descritos.. ou mal sentidos...
por isso tem que haver outra forma, um outro modo, uma solução mais óbvia... fácil... clara...
porque esta coisa de pensar e sentir como se fossemos um quadro de
Picasso ou uma instalação pós-moderna tem muito que se lhe diga... ou
antes... pode-se dizer tudo o que se quiser porque nada há que restrinja
tudo isto.
Portanto tem mesmo que haver. Uma espècie de Do it yourself mas guia do
pensamento linear para tótós. Uma coisa pequenina e fácil de perceber, uma espécie de chave mestra de todas as fechaduras que o cérebro contém e que dá para mil e um pensamentos.
Pequenas portas para grandes problemas (e de repente a imagem de Alice no País das Maravilhas...)
Portanto tem que haver qualquer coisa capaz de fazer o click
e que de um momento para o outro faça com que tudo passe a ter sentido
tudo não... as minhas desculpas
apenas os pensamentos
E já agora os sentimentos também.
E se na repetição das horas perdermos a visão dos minutos?
sussurras-me ao ouvido o passar dos segundos?
terça-feira, 11 de dezembro de 2012
terça-feira, 23 de outubro de 2012
Sonhos a mais
Todos temos sonhos.
Eu costumo dizer que sonho demais.
Sinto que sonho demais.
As minhas noites são repletas de sonhos, como se as noites fossem cheias de ideias e de ideais, de coisas absurdas e de outras menos absurdas.
Sonho muito.
Cansam-me estes sonhos que não me deixam descansar.
E acordo cansada.
E de dia não sonho.
E se me perguntam que sonhos eu tenho na vida eu apenas sei os sonhos que sonhei de noite.
Como se os tivesse sonhado todos.
Esgotado a minha quota.
Não há mais sonhos para sonhar.
E chega a noite e eles ganham vida.
E novamente eu, a sonhar, a acordar, a voltar a adormecer, a voltar a sonhar...
a acordar com cada barulho, com cada ranger da casa, com suspiro que ela dá no silêncio da noite.
E também eu suspiro.
Quero dormir.
Preciso de dormir.
E depois vem a inveja.
A inveja dos que não sonham, dos que sonham e que não se lembram.
inveja de raramente saber o que é dormir como uma pedra.
Todos temos sonhos
e eu de tanto sonhá-los à noite
acordo sempre sem sonhos por que ansiar.
Eu costumo dizer que sonho demais.
Sinto que sonho demais.
As minhas noites são repletas de sonhos, como se as noites fossem cheias de ideias e de ideais, de coisas absurdas e de outras menos absurdas.
Sonho muito.
Cansam-me estes sonhos que não me deixam descansar.
E acordo cansada.
E de dia não sonho.
E se me perguntam que sonhos eu tenho na vida eu apenas sei os sonhos que sonhei de noite.
Como se os tivesse sonhado todos.
Esgotado a minha quota.
Não há mais sonhos para sonhar.
E chega a noite e eles ganham vida.
E novamente eu, a sonhar, a acordar, a voltar a adormecer, a voltar a sonhar...
a acordar com cada barulho, com cada ranger da casa, com suspiro que ela dá no silêncio da noite.
E também eu suspiro.
Quero dormir.
Preciso de dormir.
E depois vem a inveja.
A inveja dos que não sonham, dos que sonham e que não se lembram.
inveja de raramente saber o que é dormir como uma pedra.
Todos temos sonhos
e eu de tanto sonhá-los à noite
acordo sempre sem sonhos por que ansiar.
terça-feira, 18 de setembro de 2012
Pequenos prazeres
E refeições modestas e em pequenas porções!
Que isto é tudo muito giro mas a verdade é que cada vez trabalho mais e o recibo do ordenado é cada vez menor...
Sempre à frente a Maninha e Mamica ofereceram esta mala super gira para trazer o almocinho!
E o cunhadinho que é hiper fixe uma caixinha a condizer:
Que isto é tudo muito giro mas a verdade é que cada vez trabalho mais e o recibo do ordenado é cada vez menor...
Sempre à frente a Maninha e Mamica ofereceram esta mala super gira para trazer o almocinho!
E o cunhadinho que é hiper fixe uma caixinha a condizer:
Agora é ver-me a andar toda pimpolha de malinha a tiracolo e a fazer inveja aos demais mortais he he he!!!
quarta-feira, 5 de setembro de 2012
Trabalhar dá saúde?
... a mim, a trabalhar como tenho estado a trabalhar e as horas que tenho trabalhado levam-me à conclusão que saúde não dá...
Mas dá cá uma soneiraaaaa!!!!!!!
sexta-feira, 3 de agosto de 2012
Linha de produção
Com a revolução industrial vieram ao mundo doenças do foro físico e psicológico.
Não foram só as máquinas e os produtos à barda... os malefícios acompanharam essa grande revolução que abriu as portas ao consumismo desenfreado que hoje em dia nos assola.
Para além de todos os factores óbvios e conhecidos da poluição, 'escravidão', do proletariado e dos capitalistas houve um factor que chegou até a ser motivo de 'chacota' nos filmes do Charlie Chaplin (como o Modern Times de 1936) onde os movimentos repetitivos dos trabalhadores foi genialmente retratado. A repetição e o mecanicismo, a produção em linha trouxeram problemas que ainda hoje se tenta que sejam abolidos das fábricas (não por preocupação dos empregadores mas por imposição legal).
Hoje sinto que voltei ao início da revolução industrial e que estou há horas numa linha de produção.
Os movimentos são já mecânicos.
os gestos automáticos.
E eu mais pareço uma máquina.
Busca lenço
assoa
pousa lenço
espirra
busca lenço
tosse
assoa
pousa lenço
espirra
...
Será que posso processar-me a mim mesma?
Não foram só as máquinas e os produtos à barda... os malefícios acompanharam essa grande revolução que abriu as portas ao consumismo desenfreado que hoje em dia nos assola.
Para além de todos os factores óbvios e conhecidos da poluição, 'escravidão', do proletariado e dos capitalistas houve um factor que chegou até a ser motivo de 'chacota' nos filmes do Charlie Chaplin (como o Modern Times de 1936) onde os movimentos repetitivos dos trabalhadores foi genialmente retratado. A repetição e o mecanicismo, a produção em linha trouxeram problemas que ainda hoje se tenta que sejam abolidos das fábricas (não por preocupação dos empregadores mas por imposição legal).
Hoje sinto que voltei ao início da revolução industrial e que estou há horas numa linha de produção.
Os movimentos são já mecânicos.
os gestos automáticos.
E eu mais pareço uma máquina.
Busca lenço
assoa
pousa lenço
espirra
busca lenço
tosse
assoa
pousa lenço
espirra
...
Será que posso processar-me a mim mesma?
quarta-feira, 1 de agosto de 2012
Espelho meu, espelho meu...
Se me deres uma imagem juro que farei os mais belos comentários
irei-te descrever as suas cores até lhes sentires o sabor na boca
do sol irás sentir o seu calor
e se for uma imagem noturna
irás sentir o chão como os astronautas sentiram a lua
Se me deres um texto sentar-me-ei ao teu lado e os dois
passo a passo
iremos descodificar os seus sentidos
as suas mensagens
os mal-entendidos
o que ficou por dizer nas entre-linhas...
Mas não me faças perguntas
não me exijas respostas
não perguntes como estou
ou sequer como quero estar
não me exijas respostas com o teu olhar
e se no meio das palavras só saírem baboseiras
desculpa-me mas não me deixes de falar.
Mas também te digo
com toda a sinceridade amigo
não te esqueças de olhar para ti antes de me criticares
não te iludas em sonhos que se calhar já nem são os teus
que se calhar são sonhos de estimação
meras ilusões
meras desilusões
Não me batas por não ser dona da verdade
ou por não ser aventureira
e deixar por descobrir países e mares
não me dês nas orelhas porque não faço perguntas
e não te entristeças por não te dar respostas...
se o meu silêncio te irrita
lembra-te que também tu te calas na tua própria dor
no teu próprio altivismo
nesse sarcasmo que finge e que engana
nesse esperar já quase sem esperança
No fundo somos imagens reflectidas no mesmo espelho
Sem perguntas, sem respostas
apenas o reflexo de uma ilusão.
segunda-feira, 30 de julho de 2012
sexta-feira, 27 de julho de 2012
Divergências de opinião
Acho que tenho um problema...
Não o considero grave porque não sou menina (menina... ah ah ah... suspiro...) de me preocupar com estas coisas de gajas mas já começa a ser preocupante...
Não tenho muitos sapatos... menina poupadinha!
(menina... ai ai ai...)
Mas os dois pares que tenho para usar no verão suscitaram os seguintes comentários:
Sandálias: parecem sapatinhos de criança...
Sapatos: são sapatinhos à velhinha...
Passo de uma menina de oito anos a uma velha de oitenta conforme o que trago calçado...
Não é um problema grave... mas começa a ser preocupante ter sempre comentários menos simpáticos ao meu calçado... :S
quinta-feira, 26 de julho de 2012
Coisas boas!
Há sorrisos que valem por uma vida
recordações que nos fazem rir e que nos lembram que a vida é boa
gargalhadas dadas sem querer saber se se ronca ou não
se são ou não estridentes
toques que nos agradam
cócegas que nos deixam quase de lágrimas nos olhos
histórias que nos interessam
outras que nem por isso
Há aquele chegar perto da mesa para falarmos baixinho
dos bigodes do outro e da história da princesa
e daí parte-se para uma outra qualquer história
a gargalhada conjunta
uma quase intimidade no meio de tanta parvoíce.
E depois dou por mim parada a olhar para os sorrisos
a observar
e a sentir um enorme carinho... amor mesmo, pelos meus amigos.
Porque há sorrisos que valem uma vida
e gosto mesmo de passar parte da minha vida a rir-me com vocês!
recordações que nos fazem rir e que nos lembram que a vida é boa
gargalhadas dadas sem querer saber se se ronca ou não
se são ou não estridentes
toques que nos agradam
cócegas que nos deixam quase de lágrimas nos olhos
histórias que nos interessam
outras que nem por isso
Há aquele chegar perto da mesa para falarmos baixinho
dos bigodes do outro e da história da princesa
e daí parte-se para uma outra qualquer história
a gargalhada conjunta
uma quase intimidade no meio de tanta parvoíce.
E depois dou por mim parada a olhar para os sorrisos
a observar
e a sentir um enorme carinho... amor mesmo, pelos meus amigos.
Porque há sorrisos que valem uma vida
e gosto mesmo de passar parte da minha vida a rir-me com vocês!
sábado, 7 de julho de 2012
terça-feira, 3 de julho de 2012
De A a Z...
É que não pode ser sempre assim!
Suspirou como se fosse o último.
Baixou os olhos e lutou para voltar a erguê-los
É que não pode...
e as forças faltaram-lhe para acabar a frase... para acabar de pensá-la, para as palavras ecoarem no seu cérebro, cansado, já de rastos.
É que não...
e os olhos cruzaram os dela e quando as palavras saíram só se ouviu
"É que..."
E ela sorriu e perguntou "O quê?"
E ele retribuiu o sorriso e disse só
"É..."
ao que ela prontamente respondeu
"Pois eu também acho, e ainda mais..."
e continuou a falar.
Ele sentiu que todas as palavras do dicionário saíam por ordem da sua boca.
Palavras e significados
e tudo aquilo era demais
e as palavras voltaram a ecoar
É que não pode ser sempre assim!
...
deixou-se estar a ouvir os significados de palavras sem sentido
à espera que chegasse a letra Z!
Suspirou como se fosse o último.
Baixou os olhos e lutou para voltar a erguê-los
É que não pode...
e as forças faltaram-lhe para acabar a frase... para acabar de pensá-la, para as palavras ecoarem no seu cérebro, cansado, já de rastos.
É que não...
e os olhos cruzaram os dela e quando as palavras saíram só se ouviu
"É que..."
E ela sorriu e perguntou "O quê?"
E ele retribuiu o sorriso e disse só
"É..."
ao que ela prontamente respondeu
"Pois eu também acho, e ainda mais..."
e continuou a falar.
Ele sentiu que todas as palavras do dicionário saíam por ordem da sua boca.
Palavras e significados
e tudo aquilo era demais
e as palavras voltaram a ecoar
É que não pode ser sempre assim!
...
deixou-se estar a ouvir os significados de palavras sem sentido
à espera que chegasse a letra Z!
sexta-feira, 29 de junho de 2012
Pérolas
Há momentos bons
daqueles mesmo bons
em que queremos guardar só para nós
fechar os olhos e voltar a esses momentos, sentir os mesmos sentimentos, os mesmos arrepios
Há momentos que queremos que nunca acabem
que guardamos numa caixinha
uma caixinha que vamos abrindo aos poucos e devagarinho
com medo que fujam
que se gastem
que percam o seu poder
Há momentos a que nos agarramos se tudo corre mal
a que nos agarramos para nos sentirmos melhor
pequenas pérolas guardadas em silêncio
joias que duram uma vida
e dos quais não nos conseguimos afastar
Há momentos destes
mesmo bons
e que são nossos.
E isso sabe tão bem!
daqueles mesmo bons
em que queremos guardar só para nós
fechar os olhos e voltar a esses momentos, sentir os mesmos sentimentos, os mesmos arrepios
Há momentos que queremos que nunca acabem
que guardamos numa caixinha
uma caixinha que vamos abrindo aos poucos e devagarinho
com medo que fujam
que se gastem
que percam o seu poder
Há momentos a que nos agarramos se tudo corre mal
a que nos agarramos para nos sentirmos melhor
pequenas pérolas guardadas em silêncio
joias que duram uma vida
e dos quais não nos conseguimos afastar
Há momentos destes
mesmo bons
e que são nossos.
E isso sabe tão bem!
sexta-feira, 22 de junho de 2012
Vertigens
Não damos por ele. Mas ele está lá.
Ainda ontem tinha calor e hoje tenho frio.
estamos no verão e eu tenho frio.
Ainda ontem era o barulho, o ruído, e hoje o silêncio.
Ainda ontem era ânimo e hoje é cansaço.
Ainda ontem era vida e hoje já não é.
Nós não damos por ele. Seria impossível... antes insuportável darmos por ele. Daríamos em loucos. Sentiríamos vertigens. Seria o medo de avançar... e mesmo avançando estaríamos mesmo a andar para a frente? estaríamos a chegar a algum lugar? estaríamos na direção certa?
Não podemos dar por ele porque isso iria condicionar tudo... e já estamos tão condicionados por tudo o que nos rodeia que mais um condicionamento seria talvez devastador.
por isso ainda bem que não damos por ele.
Mas ele está lá.
nós sabemos que ele está lá.
Mas não o sentimos
não o vemos
e até podemos acreditar que não existe
mas no fundo todos acreditamos
O mundo move-se. Devagar. Impercetível.
É esse movimento que nos faz andar
que nos faz avançar
mas não o sentimos
é como uma mão invisível que nos empurra para frente.
Mas estaremos de facto a andar para a frente?
estaremos de facto na direção certa?
não andamos apenas às voltas
presos no mesmo lugar
nos sensos-comuns?
Não damos por ele.
Seria insuportável
mas hoje sinto as vertigens de duas forças que se chocam
de dois movimentos contrários
e sinto que estou a caminhar na direção errada
Não damos por ele.
E às vezes nem dou por mim...
Ainda ontem tinha calor e hoje tenho frio.
estamos no verão e eu tenho frio.
Ainda ontem era o barulho, o ruído, e hoje o silêncio.
Ainda ontem era ânimo e hoje é cansaço.
Ainda ontem era vida e hoje já não é.
Nós não damos por ele. Seria impossível... antes insuportável darmos por ele. Daríamos em loucos. Sentiríamos vertigens. Seria o medo de avançar... e mesmo avançando estaríamos mesmo a andar para a frente? estaríamos a chegar a algum lugar? estaríamos na direção certa?
Não podemos dar por ele porque isso iria condicionar tudo... e já estamos tão condicionados por tudo o que nos rodeia que mais um condicionamento seria talvez devastador.
por isso ainda bem que não damos por ele.
Mas ele está lá.
nós sabemos que ele está lá.
Mas não o sentimos
não o vemos
e até podemos acreditar que não existe
mas no fundo todos acreditamos
O mundo move-se. Devagar. Impercetível.
É esse movimento que nos faz andar
que nos faz avançar
mas não o sentimos
é como uma mão invisível que nos empurra para frente.
Mas estaremos de facto a andar para a frente?
estaremos de facto na direção certa?
não andamos apenas às voltas
presos no mesmo lugar
nos sensos-comuns?
Não damos por ele.
Seria insuportável
mas hoje sinto as vertigens de duas forças que se chocam
de dois movimentos contrários
e sinto que estou a caminhar na direção errada
Não damos por ele.
E às vezes nem dou por mim...
"E se me enganei, doutor? Se percebi tudo ao contrário" *
Sem palavras... porque já tudo foi dito!
*in a gaveta do paulo
Sem palavras... porque já tudo foi dito!
*in a gaveta do paulo
terça-feira, 19 de junho de 2012
Prazo de validade... a expirar
A constatação de que a idade física é tramada vem, normalmente de rompante.
E isto tem uma justificação, é que a nossa idade mental não nos permite pensar muito à frente no tempo...
Até aqui tudo bem.
Hoje fui a uma consulta de gajas (if you know what I mean), consulta à qual eu vou religiosamente todos anos. Lá está... sou agnóstica... e enquanto eu estava convicta que lá tinha ido no início do ano passado a minha médica olha para mim e ri-se... não, não foi no ano passado, foi há dois anos e meio. Silêncio. O meu olhar de pânico a pensar que as doenças mentais já estavam a começar a atacar este lindo cérebro... ela, que já está batida nestas coisas responde ao meu pânico com um "bem, ao menos sei que o tempo não passa a correr só para mim... é para todos", vá de gargalhada (gargalhada dela que eu ainda estava a pensar que ela se tinha enganado a colocar a data da última vez que lá fui). Passámos à sala maravilha e lá estava eu, deitadinha na maca naquela posição extremamente confortável quando ela me pergunta (muito gosta a minha médica de falar) "E então bébés?" e eu "ah e tal... talvez um dia... ou então não... depende da quantidade de dias que deixar passar" (e ri-me contente da minha garçola... Ela para me 'descansar' não vai de modos "Oh, não se preocupe... ainda tem bastante tempo... uns três ou quatro anos para aí".
...
silêncio
...
e de repente só digo... "bem se passarem tão rápido como da última vez que cá vim... já era"...
E pronto... tenho um prazo de validade... mais ou menos de 3/4 anos... vá... não é assim tão mau... podia já ter passado :S
E isto tem uma justificação, é que a nossa idade mental não nos permite pensar muito à frente no tempo...
Até aqui tudo bem.
Hoje fui a uma consulta de gajas (if you know what I mean), consulta à qual eu vou religiosamente todos anos. Lá está... sou agnóstica... e enquanto eu estava convicta que lá tinha ido no início do ano passado a minha médica olha para mim e ri-se... não, não foi no ano passado, foi há dois anos e meio. Silêncio. O meu olhar de pânico a pensar que as doenças mentais já estavam a começar a atacar este lindo cérebro... ela, que já está batida nestas coisas responde ao meu pânico com um "bem, ao menos sei que o tempo não passa a correr só para mim... é para todos", vá de gargalhada (gargalhada dela que eu ainda estava a pensar que ela se tinha enganado a colocar a data da última vez que lá fui). Passámos à sala maravilha e lá estava eu, deitadinha na maca naquela posição extremamente confortável quando ela me pergunta (muito gosta a minha médica de falar) "E então bébés?" e eu "ah e tal... talvez um dia... ou então não... depende da quantidade de dias que deixar passar" (e ri-me contente da minha garçola... Ela para me 'descansar' não vai de modos "Oh, não se preocupe... ainda tem bastante tempo... uns três ou quatro anos para aí".
...
silêncio
...
e de repente só digo... "bem se passarem tão rápido como da última vez que cá vim... já era"...
E pronto... tenho um prazo de validade... mais ou menos de 3/4 anos... vá... não é assim tão mau... podia já ter passado :S
sexta-feira, 15 de junho de 2012
Ouvidos para escutar
Dá-se conta que não é capaz.
Aos poucos cai-lhe a chapa, faz-se luz e percebe que não é capaz.
É a pressão. A pressão do silêncio. A pressão das palavras a quererem sair. A pressão do silêncio.
Dá-se conta que falha.
Dá-se conta que falhou.
E a impressão contínua da pressão.
Como um comboio que leva à sua frente o que à sua frente se meter.
É a pressão.
E dá-se conta que não é capaz.
Pede ajuda.
Pede ouvidos mais do que conselhos.
Alguém que ouça. Que faça deste verbo ação. Alguém que se interesse.
E depois percebe.
Aos poucos cai-lhe a chapa, faz-se luz e percebe que não precisa.
Por vezes não interessa muito o que se diz.
O que realmente importa é saber que há alguém que pode ouvir.
E dá-se conta que a vida continua.
E dá-se conta que continua a inspirar e a expirar.
Que há ouvidos para escutar
quando as palavras precisarem de sair.
Por agora sente que não tem nada de útil para dizer
mas quando tiver
já sabe com quem contar.
Aos poucos cai-lhe a chapa, faz-se luz e percebe que não é capaz.
É a pressão. A pressão do silêncio. A pressão das palavras a quererem sair. A pressão do silêncio.
Dá-se conta que falha.
Dá-se conta que falhou.
E a impressão contínua da pressão.
Como um comboio que leva à sua frente o que à sua frente se meter.
É a pressão.
E dá-se conta que não é capaz.
Pede ajuda.
Pede ouvidos mais do que conselhos.
Alguém que ouça. Que faça deste verbo ação. Alguém que se interesse.
E depois percebe.
Aos poucos cai-lhe a chapa, faz-se luz e percebe que não precisa.
Por vezes não interessa muito o que se diz.
O que realmente importa é saber que há alguém que pode ouvir.
E dá-se conta que a vida continua.
E dá-se conta que continua a inspirar e a expirar.
Que há ouvidos para escutar
quando as palavras precisarem de sair.
Por agora sente que não tem nada de útil para dizer
mas quando tiver
já sabe com quem contar.
quinta-feira, 14 de junho de 2012
Mundos paralelos
Ele pára. Senta-se. Pensa. E volta a deitar-se.
Adormece e deixa que adormeçam com ele as preocupações.
Não tanto as dele mas as dos outros.
Carrega no corpo o peso de outros corpos e na cama, deitado, esse peso é repartido pelos lençóis e pelo colchão.
Carrega no corpo as questões e as dúvidas.
Pop-ups de likes e de don´t like.
A cabeça gira.
Ele pousa-a na almofada para que pare de girar.
E deixa-se adormecer para deixar de tentar pensar.
São as costas dos outros que lhe pesam nas suas e deixa-se estar.
Na sua mente não há dúvidas.
Sabe o que quer.
São as preocupações dos outros.
Se bem que... com o mal dos outros podemos nós bem.
E de repente o frio
e de repente o calor
e de repente os beijos
os dados e os roubados
e na sua mente não há dúvidas
que quando se ama não se questiona
e não se fazem perguntas
Ele pára. Senta-se. Pensa.
E de repente o frio...
....
Ao longe o frio trespassa, infiltra-se,
deixa marcas
queimaduras
(sim, que estas não se fazem apenas pelo calor)
e tenta-se respirar
e o corpo encarquilha-se numa tentativa de escapar ao frio
e da boca já não saem beijos
já não saem sons
apenas nuvens de fumo branco
apenas o calor que ainda restava dentro do corpo
Ao longe ela anda de um lado para o outro.
Levanta-se.
Faz por não pensar.
Não se quer deixar adormecer
evita os sonhos
E tem no corpo o seu peso
e quer mantê-lo todo
como punição
para se lembrar
Não quer esquecer
De longe chega o frio
e ela de corpo nu
e ela sem respirar
sem conseguir respirar
e cheia de perguntas
Ela anda de um lado para o outro
apenas para não parar
apenas para não pensar
apenas para o seu peso carregar.
Adormece e deixa que adormeçam com ele as preocupações.
Não tanto as dele mas as dos outros.
Carrega no corpo o peso de outros corpos e na cama, deitado, esse peso é repartido pelos lençóis e pelo colchão.
Carrega no corpo as questões e as dúvidas.
Pop-ups de likes e de don´t like.
A cabeça gira.
Ele pousa-a na almofada para que pare de girar.
E deixa-se adormecer para deixar de tentar pensar.
São as costas dos outros que lhe pesam nas suas e deixa-se estar.
Na sua mente não há dúvidas.
Sabe o que quer.
São as preocupações dos outros.
Se bem que... com o mal dos outros podemos nós bem.
E de repente o frio
e de repente o calor
e de repente os beijos
os dados e os roubados
e na sua mente não há dúvidas
que quando se ama não se questiona
e não se fazem perguntas
Ele pára. Senta-se. Pensa.
E de repente o frio...
....
Ao longe o frio trespassa, infiltra-se,
deixa marcas
queimaduras
(sim, que estas não se fazem apenas pelo calor)
e tenta-se respirar
e o corpo encarquilha-se numa tentativa de escapar ao frio
e da boca já não saem beijos
já não saem sons
apenas nuvens de fumo branco
apenas o calor que ainda restava dentro do corpo
Ao longe ela anda de um lado para o outro.
Levanta-se.
Faz por não pensar.
Não se quer deixar adormecer
evita os sonhos
E tem no corpo o seu peso
e quer mantê-lo todo
como punição
para se lembrar
Não quer esquecer
De longe chega o frio
e ela de corpo nu
e ela sem respirar
sem conseguir respirar
e cheia de perguntas
Ela anda de um lado para o outro
apenas para não parar
apenas para não pensar
apenas para o seu peso carregar.
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Devaneios - ficção
...
O cão está com dores...
Do nada manda um ganido que me dói bem fundo na alma.
Junto a minha dor à dele e finjo que é apenas uma
também a mim me apetecia poder exteriorizar como ele o faz...
Mas o cão está com dores, o meu companheiro de uma vida... com dores
tristonho, cabisbaixo, sempre deitado mas sem dormir...
não sei se para me acompanhar ou se eu para o acompanhar
quase uiva de dor
e eu quase choro ao ouvi-lo
E é uma dor que me abre o peito
a minha e a dele
juntas
já não dá para perceber qual a dor que pertence a quem
deito-me ao seu lado e fico a olhá-lo
e ele 'queixa-se' e eu quase que choro...
e sussurro-lhe ao ouvido e de mansinho
"não me podes deixar agora... a dona precisa de ti..."
e ele respira fundo
e eu fico apenas ali
atenta ao seu batimento cardíaco
ao mesmo tempo que ignoro o meu!
O cão está com dores...
e tudo em mim me dói!
terça-feira, 12 de junho de 2012
Descobertas
O FB tem destas coisas boas... ajudam-nos a descobrir boa música!
Descobri o Azevedo Silva e agora é ouvir em repeat!!
Muito bom!!
segunda-feira, 11 de junho de 2012
E no início era o verbo
ou foi o pensamento?
vieram os artigos, os definidos e os que ficaram por definir
vieram os adjectivos, os antónimos e os sinónimos
vieram as palavras
montes delas
e com elas os pensamentos
rios deles
ou vice-versa
que a questão da origem para aqui não interessa
Vieram os pensamentos e as palavras
e o cérebro tornou-se num motor
num labirinto
E chega a doer a rapidez e a força com que as palavras nos seguem
metemo-nos pelo labirinto adentro
na esperança de chegar ao seu fim.
à procura da saída
de uma saída.
Agarramo-nos ao fio de Ariane na esperança que nos guie
que nos ajude
e damos voltas e mais voltas
corremos pelo labirinto que é o nosso cérebro
esbarramos em obstáculos
paredes de vegetação densa, condensada, opaca
florestas inultrapassáveis
damos voltas e mais voltas
voltamos ao ponto de partida
e o fio que era suposto nos guiar
é o mesmo que se entrelaça nos nossos pés
que se enrola e nos faz tropeçar
cair
retiramos os nós
e que nem pugilistas
ficamos por momentos sentados a um canto
a reganhar as forças entretanto perdidas
apenas para nos voltarmos a levantar
e recomeçar a luta.
E no início era o verbo
ou o pensamento
que aqui não nos interessa a origem
apenas a demanda por uma saída!
ou foi o pensamento?
vieram os artigos, os definidos e os que ficaram por definir
vieram os adjectivos, os antónimos e os sinónimos
vieram as palavras
montes delas
e com elas os pensamentos
rios deles
ou vice-versa
que a questão da origem para aqui não interessa
Vieram os pensamentos e as palavras
e o cérebro tornou-se num motor
num labirinto
E chega a doer a rapidez e a força com que as palavras nos seguem
metemo-nos pelo labirinto adentro
na esperança de chegar ao seu fim.
à procura da saída
de uma saída.
Agarramo-nos ao fio de Ariane na esperança que nos guie
que nos ajude
e damos voltas e mais voltas
corremos pelo labirinto que é o nosso cérebro
esbarramos em obstáculos
paredes de vegetação densa, condensada, opaca
florestas inultrapassáveis
damos voltas e mais voltas
voltamos ao ponto de partida
e o fio que era suposto nos guiar
é o mesmo que se entrelaça nos nossos pés
que se enrola e nos faz tropeçar
cair
retiramos os nós
e que nem pugilistas
ficamos por momentos sentados a um canto
a reganhar as forças entretanto perdidas
apenas para nos voltarmos a levantar
e recomeçar a luta.
E no início era o verbo
ou o pensamento
que aqui não nos interessa a origem
apenas a demanda por uma saída!
segunda-feira, 4 de junho de 2012
Deixou-se ficar ali sentada.
Imóvel.
Horas
À espera.
O móvel, de madeira escura, quase preto
igual a tantos outros móveis
em outras tantas casas
Dividido em dois módulos
no alto o telefone com a sua enorme roda, os números já sujos dos dedos descuidados que rodaram a roda da sorte
muitas vezes sem sorte nenhuma
o telefone em cima de um napperon, oferta da avó para o seu enxoval
o enxoval que chegou a ouvir dizer entre janelas que era mal aproveitado
que aquela ia ficar para tia
ela era aquela
e as palavras trocadas entre janelas entravam-lhe por entre os ouvidos
ou pelos ouvidos e ficavam a pairar ente eles
Rapidamente as palavras saíam
mas o napperon ficou
fosse como fosse a ela davam-lhe jeito aquelas coisas
os panos e os lençóis de linho branco
imaculados
bordados
(ela não gostava dos bordados).
mas deixou-se ficar ali sentada
na segunda parte do móvel que tinha mesmo essa função
a de servir a quem nele se quisesse sentar
quem nele quisesse esperar
E ela esperou
esperou pelo telefonema que nunca chegou
pelo toque
pelo aviso
Cansada de esperar, levantou-se num ímpeto
deixou-se ficar de pé
ainda a balouçar das tonturas
e pensou
que a vida era tramada
se se espera... perde-se o momento
se nos levantamos... trememos das pernas...
sorriu
abriu a porta e saiu.
Imóvel.
Horas
À espera.
O móvel, de madeira escura, quase preto
igual a tantos outros móveis
em outras tantas casas
Dividido em dois módulos
no alto o telefone com a sua enorme roda, os números já sujos dos dedos descuidados que rodaram a roda da sorte
muitas vezes sem sorte nenhuma
o telefone em cima de um napperon, oferta da avó para o seu enxoval
o enxoval que chegou a ouvir dizer entre janelas que era mal aproveitado
que aquela ia ficar para tia
ela era aquela
e as palavras trocadas entre janelas entravam-lhe por entre os ouvidos
ou pelos ouvidos e ficavam a pairar ente eles
Rapidamente as palavras saíam
mas o napperon ficou
fosse como fosse a ela davam-lhe jeito aquelas coisas
os panos e os lençóis de linho branco
imaculados
bordados
(ela não gostava dos bordados).
mas deixou-se ficar ali sentada
na segunda parte do móvel que tinha mesmo essa função
a de servir a quem nele se quisesse sentar
quem nele quisesse esperar
E ela esperou
esperou pelo telefonema que nunca chegou
pelo toque
pelo aviso
Cansada de esperar, levantou-se num ímpeto
deixou-se ficar de pé
ainda a balouçar das tonturas
e pensou
que a vida era tramada
se se espera... perde-se o momento
se nos levantamos... trememos das pernas...
sorriu
abriu a porta e saiu.
sexta-feira, 11 de maio de 2012
Bernardo Sassetti
Falha-te o pé e tens o precipício à tua frente
o vazio do espaço que se perde e que não deixa que te agarres
os teus dedos a sentirem o ar que por eles passa
teclas de um piano invisíveis, sem som
deixas o mundo
no mundo a tua marca
indelével
inigualável
e nós ficamos
parados
calados
estupefactos
e perguntamos
Porquê
repetimos a pergunta até à loucura
perdemos já o limiar
perdemos já a noção do razoável
do bom sentido
O que há de razoável numa vida assim?
Qual é a ordem, a justificação
O que responder quando vozes pequenas perguntarem o porquê
quando lágrimas grandes se agarrarem a memórias
memórias privadas
que não saíram em cd
que cada um de nós não irá tocar
não irá ouvir
O que há de razoável no caos
qual é a justificação
morre-se e é isso? e ficamos assim?
farta de mortes sem sentido
de quedas no precipício
de ver que nada faz sentido
E um dia falha-nos o pé
e caímos
e depois nada a dizer
apenas
o Fim!
o vazio do espaço que se perde e que não deixa que te agarres
os teus dedos a sentirem o ar que por eles passa
teclas de um piano invisíveis, sem som
deixas o mundo
no mundo a tua marca
indelével
inigualável
e nós ficamos
parados
calados
estupefactos
e perguntamos
Porquê
repetimos a pergunta até à loucura
perdemos já o limiar
perdemos já a noção do razoável
do bom sentido
O que há de razoável numa vida assim?
Qual é a ordem, a justificação
O que responder quando vozes pequenas perguntarem o porquê
quando lágrimas grandes se agarrarem a memórias
memórias privadas
que não saíram em cd
que cada um de nós não irá tocar
não irá ouvir
O que há de razoável no caos
qual é a justificação
morre-se e é isso? e ficamos assim?
farta de mortes sem sentido
de quedas no precipício
de ver que nada faz sentido
E um dia falha-nos o pé
e caímos
e depois nada a dizer
apenas
o Fim!
quinta-feira, 10 de maio de 2012
Espaço, tempo e silêncios
Ele tocou-lhe no ombro com a suavidade de algo que não se quer dizer
que não faz sentido ser-se dito
ou foi ela quem lhe tocou
os gestos encontram-se difusos, confusos, diluídos na memória
tocaram-se
sentiram-se
fizeram do espaço algo indefinido
sem sentido
inexistente
Deixaram-se ficar ali de olhos nos olhos, de lábios nos lábios, de mãos a tocarem-se como se fossem instrumentos musicais
deixaram-se levar pelas notas que a noite ia tocando
ela entoando
ele ouvindo
ou o contrário
que a memória faz-nos sempre partidas e torna-se selectiva
deixaram as palavras e os momentos correrem pelas horas
num sprint em direção a uma meta que nenhum deles sabia existir
Assim são os assuntos da carne
que não se pode falar de coração
(se bem que... o que é o coração que não um pedaço de carne?)
Deixaram-se estar enquanto as horas passavam
e como nos filmes
deixaram essa noite acontecer sabendo que outras não se seguiam
E no dia seguinte ficou o espaço
espesso
definido
a fazer-se presente
e deixaram-se ficar de olhos no horizonte
de lábios secos
e com as mãos nos bolsos
Ficou o silêncio
Mas sem arrependimentos
porque a música não acontece sem pausas
e o silêncio é essencial para que se possa ouvir mais
e o espaço é necessário para se ter mais por onde andar
que não faz sentido ser-se dito
ou foi ela quem lhe tocou
os gestos encontram-se difusos, confusos, diluídos na memória
tocaram-se
sentiram-se
fizeram do espaço algo indefinido
sem sentido
inexistente
Deixaram-se ficar ali de olhos nos olhos, de lábios nos lábios, de mãos a tocarem-se como se fossem instrumentos musicais
deixaram-se levar pelas notas que a noite ia tocando
ela entoando
ele ouvindo
ou o contrário
que a memória faz-nos sempre partidas e torna-se selectiva
deixaram as palavras e os momentos correrem pelas horas
num sprint em direção a uma meta que nenhum deles sabia existir
Assim são os assuntos da carne
que não se pode falar de coração
(se bem que... o que é o coração que não um pedaço de carne?)
Deixaram-se estar enquanto as horas passavam
e como nos filmes
deixaram essa noite acontecer sabendo que outras não se seguiam
E no dia seguinte ficou o espaço
espesso
definido
a fazer-se presente
e deixaram-se ficar de olhos no horizonte
de lábios secos
e com as mãos nos bolsos
Ficou o silêncio
Mas sem arrependimentos
porque a música não acontece sem pausas
e o silêncio é essencial para que se possa ouvir mais
e o espaço é necessário para se ter mais por onde andar
quinta-feira, 5 de abril de 2012
Olho para trás e foram 9, quase 10 anos.
Epá... e tanta coisa aconteceu em 9, quase 10 anos.
No início a incerteza, o medo. Pânico mesmo. Daquele que nos faz parar. Que nos acorda a meio da noite. A sensação de falta de ar.
No início a caixa de cartão a suportar a tv de cozinha que a minha mãe amavelmente me deu. À frente da tv uma cadeira de plástico... daquelas de café. Mais tarde a cadeira de plástico e uma cadeira tipo de balouço.
Aos poucos vieram o sofá, uma tv maior, um móvel de centro, um móvel para a tv. Estantes para meter os livros. Cada vez mais livros.
Uma ou outra planta que, cada uma à vez, lá se iam suicidando.
Um colchão novo. Uma mesinha de cabeceira. Um candeeiro de quarto.
Tenho a dizer que não comprei nenhum candeeiro. Chego agora à conclusão que me foram todos oferecidos.
Ainda sem cortinas.
Os amigos, os jantares, o vinho e a cerveja a mais. Os martinis e os queijos. Os cigarros fumados uns atrás dos outros. As lágrimas e as gargalhadas.
Os inícios e os fins.
Objetos atirados contra as paredes. os amigos íntimos a saberem disso. A fazerem disso anedota. Sempre ao meu lado. Sempre comigo. Mesmo os ausentes.
As noites a só (sabem tão bem). As noites em que me senti sozinha (a dor no peito).
O Requy sempre comigo. Ao meu lado. Meu companheiro de uma vida.
Ele só conheceu aquela casa.
Para mim foi a minha primeira casa. Fiz dela o meu lar.
E agora...sim agora fica uma certa nostalgia.Quase de lagriminha no olho.
Mudar é bom eu sei.
Mas foi ali que dez anos da minha passaram e vai ser difícil deixar de entrar ali.
Olho para trás e foram 9, quase 10 anos... e nem dei por eles passarem...
Epá... e tanta coisa aconteceu em 9, quase 10 anos.
No início a incerteza, o medo. Pânico mesmo. Daquele que nos faz parar. Que nos acorda a meio da noite. A sensação de falta de ar.
No início a caixa de cartão a suportar a tv de cozinha que a minha mãe amavelmente me deu. À frente da tv uma cadeira de plástico... daquelas de café. Mais tarde a cadeira de plástico e uma cadeira tipo de balouço.
Aos poucos vieram o sofá, uma tv maior, um móvel de centro, um móvel para a tv. Estantes para meter os livros. Cada vez mais livros.
Uma ou outra planta que, cada uma à vez, lá se iam suicidando.
Um colchão novo. Uma mesinha de cabeceira. Um candeeiro de quarto.
Tenho a dizer que não comprei nenhum candeeiro. Chego agora à conclusão que me foram todos oferecidos.
Ainda sem cortinas.
Os amigos, os jantares, o vinho e a cerveja a mais. Os martinis e os queijos. Os cigarros fumados uns atrás dos outros. As lágrimas e as gargalhadas.
Os inícios e os fins.
Objetos atirados contra as paredes. os amigos íntimos a saberem disso. A fazerem disso anedota. Sempre ao meu lado. Sempre comigo. Mesmo os ausentes.
As noites a só (sabem tão bem). As noites em que me senti sozinha (a dor no peito).
O Requy sempre comigo. Ao meu lado. Meu companheiro de uma vida.
Ele só conheceu aquela casa.
Para mim foi a minha primeira casa. Fiz dela o meu lar.
E agora...sim agora fica uma certa nostalgia.Quase de lagriminha no olho.
Mudar é bom eu sei.
Mas foi ali que dez anos da minha passaram e vai ser difícil deixar de entrar ali.
Olho para trás e foram 9, quase 10 anos... e nem dei por eles passarem...
terça-feira, 27 de março de 2012
Apenas para se deixar cair
Ainda com as mãos a agarrar na cabeça sentiu o chão a fugir-lhe debaixo dos pés.
O vazio.
A sensação de que o mundo tinha acabado.
que deveria ter acabado.
que era bom se assim fosse
Ainda com as mãos na cabeça deixou-se levar para onde os olhos não ousaram mais ir
deixou-se ir
só para não ficar.
Ainda com as mãos na cabeça achou por bem deixá-las cair
os braços pendurados ao longo do corpo
braços sem acção, penduricalhos que lhe caíam dos ombros
os ombros que apenas ali se mantinham porque sem as mãos alguma coisa tinha que segurar a cabeça
e o vento que não corria e que devia correr
e a chuva que não caía para disfarçar o que o rosto queria esconder
e a vergonha dos braços caídos
e a vontade de correr
e o colocar de novo as mãos na cabeça
e o chão que não chegou a fugir
e os pés a tremerem de medo
à espera
a aguardar a chegada do vazio
apenas para se deixar cair...
O vazio.
A sensação de que o mundo tinha acabado.
que deveria ter acabado.
que era bom se assim fosse
Ainda com as mãos na cabeça deixou-se levar para onde os olhos não ousaram mais ir
deixou-se ir
só para não ficar.
Ainda com as mãos na cabeça achou por bem deixá-las cair
os braços pendurados ao longo do corpo
braços sem acção, penduricalhos que lhe caíam dos ombros
os ombros que apenas ali se mantinham porque sem as mãos alguma coisa tinha que segurar a cabeça
e o vento que não corria e que devia correr
e a chuva que não caía para disfarçar o que o rosto queria esconder
e a vergonha dos braços caídos
e a vontade de correr
e o colocar de novo as mãos na cabeça
e o chão que não chegou a fugir
e os pés a tremerem de medo
à espera
a aguardar a chegada do vazio
apenas para se deixar cair...
quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012
quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012
Se for a pensar bem...
... tenho que admitir que sou uma mulher Feliz!!!
E é tão bom sentir isso!!!!
:)
terça-feira, 31 de janeiro de 2012
Vá-se lá perceber!
Na minha caixa de spam está um email que diz:
"Es Interessante"!
E eu pergunto: Porque raio este email foi para o Spam???
Devia estar na minha in-box!!!!!
Quando coisas destas acontecem é que eu percebo que o mundo anda mesmo ao contrário!!!
Pffffff
"Es Interessante"!
E eu pergunto: Porque raio este email foi para o Spam???
Devia estar na minha in-box!!!!!
Quando coisas destas acontecem é que eu percebo que o mundo anda mesmo ao contrário!!!
Pffffff
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Ironias (ou pura falta de sentido de humor)
quarta-feira, 18 de janeiro de 2012
É só por causa disso...
Por que está muito frio, percebem?
E o frio deve ter congelado os meus neurónios
e também deve ter congelado os meus dedos
e as ideias
e a imaginação!
Porque a vontade de escrever está cá.
Mas está muito frio, percebem?
Gostava de ter aqui coisas novas e giras
para vocês
Vá... para mim!
Mas está muito frio, percebem?
E o frio deve ter congelado a vontade de gritar
a vontade de refilar
a vontade de desabafar.
Mas está muito frio, percebem?
E depois é a crise.
A crise de valores
A crise de princípios daqueles que nos representam
aqueles que supostamente elegemos para nos representarem.
Mas está muito frio, percebem?
E deve ser por causa disso que não tenho vindo aqui
que não tenho escrito
que não tenho pensado
que não tenho ideias
que não tenho reacção
que nada me espanta já
que já não acho estranho quererem tirarem-nos quase tudo e eles a aumentarem o que têm
Mas é só por causa disso
Porque está mesmo muito frio, percebem?
Eu espero que percebam... porque eu, definitivamente, não!
E o frio deve ter congelado os meus neurónios
e também deve ter congelado os meus dedos
e as ideias
e a imaginação!
Porque a vontade de escrever está cá.
Mas está muito frio, percebem?
Gostava de ter aqui coisas novas e giras
para vocês
Vá... para mim!
Mas está muito frio, percebem?
E o frio deve ter congelado a vontade de gritar
a vontade de refilar
a vontade de desabafar.
Mas está muito frio, percebem?
E depois é a crise.
A crise de valores
A crise de princípios daqueles que nos representam
aqueles que supostamente elegemos para nos representarem.
Mas está muito frio, percebem?
E deve ser por causa disso que não tenho vindo aqui
que não tenho escrito
que não tenho pensado
que não tenho ideias
que não tenho reacção
que nada me espanta já
que já não acho estranho quererem tirarem-nos quase tudo e eles a aumentarem o que têm
Mas é só por causa disso
Porque está mesmo muito frio, percebem?
Eu espero que percebam... porque eu, definitivamente, não!
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