quinta-feira, 15 de abril de 2010

Dualidades

E de repente uma vontade enorme de contar a tua história.
Descrever até ser mesmo penoso todos os pormenores.
Revisitar os anos, os meses, as semanas, os dias e perder-me nos minutos que, vai-se a ver e demoram apenas segundos a passar.
E de repente uma vontade de ver, de contar, de perceber.
Procurar em todos os momentos a razão e o porquê.
Descobrir o 'como', o como consegues ser tanto, tão alta, tão gigante de ti mesma. Como consegues sem saber como cativar, fazer apaixonar, fazer sorrir e ás vezes mesmo fazer chorar. Aquele chorar bom que nos aquece o coração... ou que simplesmente nos faz lembrar que ele nunca deixou de ser quente nem nunca deixou de bater... fomos nós quem nos esquecemos de o escutar. E tu consegues às vezes fazer lembrar os outros disso.
Descobrir o 'como', o como consegues ser tão menos, tão pequena, tão mesquinha, tão vil, tão desconfiada. Como consegues descer de tão alto para tão baixo. Como consegues essa estranha dualidade. Como consegues esquecer-te assim de quem és, como parece às vezes que não o sabes... que nunca o soubeste.
Descobrir o 'como', como não consegues ter meio termo e tens que ser sempre tanto, tão intensa, tão poderosa.
E de repente uma vontade de deixar-me estar. De nada escrever. De nada falar. De nada relembrar.
E deixo assim as memórias por contar, os factos por apurar, os motivos por descobrir.
E de repente uma vontade de deixar-me simplesmente estar...

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