quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Dor


Tenho uma dor que me percorre o corpo. Intermitente. Possante.
Se fosse uma dor parada, estanque, inerte facilitava-me em muito a vida.
Poderia dizer que me doía a cabeça. A zona do pescoço. Um peso nas costas. As hérnias. Poderia inventariar os nomes de todas as doenças que conheço e de que já ouvi falar. Listar mil e uma possibilidades para esta dor que sinto e que não me larga o corpo.
Mas uma dor assim intermitente, possante, em movimento não me dá tempo sequer de colocar na rosa dos ventos a dor que o vento já levou. Vai transitando de membro para membro, de nervo para nervo mas sempre de mim para mim... em mim.
Tenho uma dor que me percorre o corpo e que não dá para curar. Não me hão-de valer as maravilhas milagrosas dos compostos químicos e nem sequer as mezinhas e as ervas alternativas. Não me há-de valer o termómetro e nem o saco de água quentinha.
É uma dor que não pára. Que é real.
Uma dor que é a minha.


Fotografia: Flying nude1 by Correiae
(All rights reserved)

2 comentários:

Precious disse...

Todos temos um dor, quer admitamos ou não.
E é daquelas que não se cura com aspirina nem benuron.

Sandrine disse...

Infelizmente é verdade Miss!!! Não há drogas para estas dores...