Vou só ali a São Tomé e venho já ;)
E se na repetição das horas perdermos a visão dos minutos?
sussurras-me ao ouvido o passar dos segundos?
quinta-feira, 27 de agosto de 2009
terça-feira, 18 de agosto de 2009
Assustadoramente simples!
Por vezes quero-te tanto que nem preciso de te ter perto para te ter em mim!
Fotografia: Two hearts by Nilgün Kara
(All rights reserved)
quinta-feira, 6 de agosto de 2009
Narciso
Sempre se despedia quando chegava a altura de mudar.
Despedia-se dos locais e das paisagens, dos caminhos trilhados, dos trilhos desbravados e guardava esses momentos de despedida como memórias do passado.
Despedia-se dos locais, das coisas e das acções... mas nunca das pessoas.
Despedia-se do riacho onde amiúde saciava a sede (mas sempre de olhos fechados! Não que receasse apaixonar-se pelo seu reflexo como se julga que diz o mito, mas porque não queria correr o risco de se reencontrar!), despedia-se do sino da igreja que fora substituído por um imóvel altifalante de barulho estridente e metalizado. Guardava na memória as horas que passara à espera que fosse o sino a dar as horas, mesmo que apenas embalado pelo vento.
Despedia-se do café onde vira as horas passar, não das pessoas... nunca das pessoas, mas da mesa onde se sentava (sempre a mesma, que o Homem é um animal de hábitos e há forças contra as quais é escusado lutar!), da cadeira que ocupava e que lhe suportava o peso quando até para ele era peso a mais para aguentar.
Despedia-se do riso das crianças e das suas brincadeiras (mas nunca das crianças!) que pareciam ficar loucas quando tocava para o intervalo. Despedia-se do cheiro do pão com manteiga e do leite com chocolate que era devorado no intervalo de jogos desenhados a giz no chão (o giz que habilmente surripiavam nas contas da Professora).
Despedia-se das pedras da calçada que em tempos idos foram calcadas por homens suados do calor dos dias e que tantas vezes tinham por ele sido calcorreadas.
Despedia-se para poder continuar a andar por caminhos errantes que nunca sentiu serem os errados.
Em cada novo lugar tornava-se aprendiz de um novo ofício e aluno atento dos novos hábitos a adoptar, dos novos risos a escutar, dos novos sinos a soar.
Soube desde sempre que era nesta errância que se encontrava o seu constante despertar.
Nunca foi uma questão de se redescobrir mas sempre a intenção de se reinventar.
E por cada riacho que passava parava sempre para se refrescar.
Sempre de olhos fechados...
Afinal o Homem é um animal de hábitos e há forças contra as quais não vale mesmo a pena lutar!
Despedia-se dos locais e das paisagens, dos caminhos trilhados, dos trilhos desbravados e guardava esses momentos de despedida como memórias do passado.
Despedia-se dos locais, das coisas e das acções... mas nunca das pessoas.
Despedia-se do riacho onde amiúde saciava a sede (mas sempre de olhos fechados! Não que receasse apaixonar-se pelo seu reflexo como se julga que diz o mito, mas porque não queria correr o risco de se reencontrar!), despedia-se do sino da igreja que fora substituído por um imóvel altifalante de barulho estridente e metalizado. Guardava na memória as horas que passara à espera que fosse o sino a dar as horas, mesmo que apenas embalado pelo vento.
Despedia-se do café onde vira as horas passar, não das pessoas... nunca das pessoas, mas da mesa onde se sentava (sempre a mesma, que o Homem é um animal de hábitos e há forças contra as quais é escusado lutar!), da cadeira que ocupava e que lhe suportava o peso quando até para ele era peso a mais para aguentar.
Despedia-se do riso das crianças e das suas brincadeiras (mas nunca das crianças!) que pareciam ficar loucas quando tocava para o intervalo. Despedia-se do cheiro do pão com manteiga e do leite com chocolate que era devorado no intervalo de jogos desenhados a giz no chão (o giz que habilmente surripiavam nas contas da Professora).
Despedia-se das pedras da calçada que em tempos idos foram calcadas por homens suados do calor dos dias e que tantas vezes tinham por ele sido calcorreadas.
Despedia-se para poder continuar a andar por caminhos errantes que nunca sentiu serem os errados.
Em cada novo lugar tornava-se aprendiz de um novo ofício e aluno atento dos novos hábitos a adoptar, dos novos risos a escutar, dos novos sinos a soar.
Soube desde sempre que era nesta errância que se encontrava o seu constante despertar.
Nunca foi uma questão de se redescobrir mas sempre a intenção de se reinventar.
E por cada riacho que passava parava sempre para se refrescar.
Sempre de olhos fechados...
Afinal o Homem é um animal de hábitos e há forças contra as quais não vale mesmo a pena lutar!
Imagem: Narciso d'amore intermedio by Nuvola
(All Rights reserved)
terça-feira, 4 de agosto de 2009
Parcas Palavras
Sou de parcas palavras
das faladas, das confrontadas
as palavras das respostas às perguntas difíceis,
as palavras que estão à defensiva
as palavras que elevam a auto-estima
Sou de parcas palavras
e sou assim no dia-a-dia
sem meias-verdades ou meias-mentiras
sem embelezar e sem poesia
Palavras pretas no papel branco
palavras que se elevam no meio
palavras que marcam o fim
Sou de parcas palavras
e nem sempre falo as mais correctas
nem sempre falo as certas
e arrependo-me amiúde do que ficou por falar no final
arrependo-me das palavras que disse mal
e das que foram mal ditas
das que vieram sem contexto
e das que ficaram escritas
das palavras que passaram do pensamento
e que num sopro transformaram-se em gente
transformaram-se em actos
transformaram-se em vida
Sou de parcas palavras
e por vezes sinto-me uma miúda
que procura as palavras certas
e que se limita a escutar
que se limita a querer inventar
as palavras que mais ninguém possa escutar
os sentidos que mais ninguém consegue compreender
Sou de parcas palavras
e por vezes gostava de não ter que falar
e por vezes gostava que apenas o meu olhar
vos fizesse fazer o que mil palavras não conseguiram
que parem e comecem a Escutar!
Fotografia: Hope by Martin Stranka
(All Rights reserved)
Há dias em que não vale mesmo a pena....
Tentámos!
E até íamos cheios de boa vontade. Ele cansadito e eu com a neurita mas íamos.
Sair do trabalho a correr, passear o cão nas calmas (há que não apressar a criatura no seu melhor passeio do dia) tomar banho a correr, inventar qualquer coisa para comer e bumbas... pé no acelerador chegar mesmo em cima da hora e lá fomos nós em direcção ao King para ver a Valsa com Bashir.
Depois de um café bebido à velocidade da luz lá entrámos na sala e ....
.... e passados 15 minutos lá saímos nós da sala!
"Lamentamos mas não vai haver sessão! O ar condicionado rebentou. Dirijam-se por favor às bilheteiras para receberem o dinheiro do bilhete!"
Eu por mim ficava... tinha o meu leque!
Só posso dizer que este filme está mesmo difícil de ver...
E até íamos cheios de boa vontade. Ele cansadito e eu com a neurita mas íamos.
Sair do trabalho a correr, passear o cão nas calmas (há que não apressar a criatura no seu melhor passeio do dia) tomar banho a correr, inventar qualquer coisa para comer e bumbas... pé no acelerador chegar mesmo em cima da hora e lá fomos nós em direcção ao King para ver a Valsa com Bashir.
Depois de um café bebido à velocidade da luz lá entrámos na sala e ....
.... e passados 15 minutos lá saímos nós da sala!
"Lamentamos mas não vai haver sessão! O ar condicionado rebentou. Dirijam-se por favor às bilheteiras para receberem o dinheiro do bilhete!"
Eu por mim ficava... tinha o meu leque!
Só posso dizer que este filme está mesmo difícil de ver...
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