sinto-o como um pedaço de nada que se transforma aos poucos em tudo
um fio que rapidamente se transforma em novelo
algo de grandioso mas sem qualquer importância, sem textura e vazio de tudo
sinto-o a chegar aos poucos, devagar, mas sempre sem hesitar
sinto-O? sinto-A?
não sei o que é mas chega... vou olhando para a folha de papel e para o teclado do computador com um formigueiro esquisito a inundar-me as extremidades dos dedos
vou sentindo-os a afogarem-se aos poucos
temos que ter atenção, dizem-nos os placards publicitários com toda a sapiência, a morte por afogamento é silenciosa
sinto que é silenciosa demais conforme a água vai subindo e vou-me sentindo presa à minha própria respiração
conforme os meus medos e ansiedades se vão resumindo apenas à quantidade de oxigénio que tenho nos pulmões
conforme deixo levemente de pensar nisso e já nada faz muito sentido e já nada me preocupa por ir aí além...
facto curioso: conforme escrevo "preocupa" reparo que é "procura" o que de facto escrevo... Freud deve explicar (tenho uma amiga que teve há uns dias em casa dele e ele não estava... se calhar é melhor não ir agora pedir-lhe explicações)
é um fio que rapidamente se transforma em novelo
... melhor que isto não consigo explicar
um fio que rapidamente se transforma em novelo
algo de grandioso mas sem qualquer importância, sem textura e vazio de tudo
sinto-o a chegar aos poucos, devagar, mas sempre sem hesitar
sinto-O? sinto-A?
não sei o que é mas chega... vou olhando para a folha de papel e para o teclado do computador com um formigueiro esquisito a inundar-me as extremidades dos dedos
vou sentindo-os a afogarem-se aos poucos
temos que ter atenção, dizem-nos os placards publicitários com toda a sapiência, a morte por afogamento é silenciosa
sinto que é silenciosa demais conforme a água vai subindo e vou-me sentindo presa à minha própria respiração
conforme os meus medos e ansiedades se vão resumindo apenas à quantidade de oxigénio que tenho nos pulmões
conforme deixo levemente de pensar nisso e já nada faz muito sentido e já nada me preocupa por ir aí além...
facto curioso: conforme escrevo "preocupa" reparo que é "procura" o que de facto escrevo... Freud deve explicar (tenho uma amiga que teve há uns dias em casa dele e ele não estava... se calhar é melhor não ir agora pedir-lhe explicações)
é um fio que rapidamente se transforma em novelo
... melhor que isto não consigo explicar
Fotografia: Figure of eight knot by Nuclear Seasons
(All rights reserved)
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