É o meu nome.
Sandra.
O meu nome.
mas não sou eu.
Não me identifico com ele tal como não me identifico com a minha imagem e muito menos com a minha idade
alturas há em que até a vida que vivo não parece a minha.
Dias em que a respiração é feita em suspenso. Inspiro para dentro de nada expiro diretamente para o vazio.
Os pensamentos são meus. Só meus. E mesmo esses por vezes mascaram-se em outros que não eu e ganham vida própria deixando-me ao abandono e sem pensamentos que sobrem.
os amigos são os meus. até ao momento em que olho para eles e penso se
serão realmente meus ou de um outro alguém que não eu. Se vieram por mim
ou por pensamentos que se tornaram em palavras de outrem. discurso
bipolar este. bipolar para vocês. para mim faz sentido. aliás... todo o
sentido. desde quando somos o que somos do início ao fim? com que
certeza absurda se pode dizer que o eu de hoje será o eu de amanhã?
mas o que mais me impressiona é o nome... não é o meu... de todo este nome não é o meu
e qual é?
nem eu sei.
prefiro não ter nome.
eu sou eu
sem nome.
sem terra.
apenas eu.