Todos temos sonhos.
Eu costumo dizer que sonho demais.
Sinto que sonho demais.
As minhas noites são repletas de sonhos, como se as noites fossem cheias
de ideias e de ideais, de coisas absurdas e de outras menos absurdas.
Sonho muito.
Cansam-me estes sonhos que não me deixam descansar.
E acordo cansada.
E de dia não sonho.
E se me perguntam que sonhos eu tenho na vida eu apenas sei os sonhos que sonhei de noite.
Como se os tivesse sonhado todos.
Esgotado a minha quota.
Não há mais sonhos para sonhar.
E chega a noite e eles ganham vida.
E novamente eu, a sonhar, a acordar, a voltar a adormecer, a voltar a sonhar...
a acordar com cada barulho, com cada ranger da casa, com suspiro que ela dá no silêncio da noite.
E também eu suspiro.
Quero dormir.
Preciso de dormir.
E depois vem a inveja.
A inveja dos que não sonham, dos que sonham e que não se lembram.
inveja de raramente saber o que é dormir como uma pedra.
Todos temos sonhos
e eu de tanto sonhá-los à noite
acordo sempre sem sonhos por que ansiar.