Ainda com as mãos a agarrar na cabeça sentiu o chão a fugir-lhe debaixo dos pés.
O vazio.
A sensação de que o mundo tinha acabado.
que deveria ter acabado.
que era bom se assim fosse
Ainda com as mãos na cabeça deixou-se levar para onde os olhos não ousaram mais ir
deixou-se ir
só para não ficar.
Ainda com as mãos na cabeça achou por bem deixá-las cair
os braços pendurados ao longo do corpo
braços sem acção, penduricalhos que lhe caíam dos ombros
os ombros que apenas ali se mantinham porque sem as mãos alguma coisa tinha que segurar a cabeça
e o vento que não corria e que devia correr
e a chuva que não caía para disfarçar o que o rosto queria esconder
e a vergonha dos braços caídos
e a vontade de correr
e o colocar de novo as mãos na cabeça
e o chão que não chegou a fugir
e os pés a tremerem de medo
à espera
a aguardar a chegada do vazio
apenas para se deixar cair...
O vazio.
A sensação de que o mundo tinha acabado.
que deveria ter acabado.
que era bom se assim fosse
Ainda com as mãos na cabeça deixou-se levar para onde os olhos não ousaram mais ir
deixou-se ir
só para não ficar.
Ainda com as mãos na cabeça achou por bem deixá-las cair
os braços pendurados ao longo do corpo
braços sem acção, penduricalhos que lhe caíam dos ombros
os ombros que apenas ali se mantinham porque sem as mãos alguma coisa tinha que segurar a cabeça
e o vento que não corria e que devia correr
e a chuva que não caía para disfarçar o que o rosto queria esconder
e a vergonha dos braços caídos
e a vontade de correr
e o colocar de novo as mãos na cabeça
e o chão que não chegou a fugir
e os pés a tremerem de medo
à espera
a aguardar a chegada do vazio
apenas para se deixar cair...