E se na repetição das horas perdermos a visão dos minutos?
sussurras-me ao ouvido o passar dos segundos?
sexta-feira, 29 de agosto de 2008
Por uma questão...
Não é por uma questão de orgulho, de raça, de firmeza.
Muito menos é por uma questão de honra, de rectidão ou de ser dona da certeza.
Não é por me encontrar numa busca interminável pela verdade ou de abominar a mentira.
Nem sei se será mesmo uma Questão ou apenas mera miopia.
Não é por sentimentos nobres ou para encontrar nobreza nos sentimentos.
Não é por tentar um todo à custa de remendos.
Não é por tentar quebrar recordes ou por simplesmente ultrapassar barreiras.
Nem sei se será uma questão de maneiras.
Não é para me certificar do que fiz.
Não é para gravar na pedra o que se diz.
Não é por tentar ser feliz.
Será mesmo apenas uma questão de medo,
um profundo e incomensurável medo
de ter a minha vida desenhada a giz.
Uma fobia que é mentira
que aldraba toda e qualquer anologia
que eu possa sequer pensar fazer.
Uma vertigem sem medida
de uma altura sem vista
de uma queda que estou prestes a ter.
Não é por uma questão de coragem, de força ou valentia
Mas mais por uma questão de necessidade
A necessidade de dar uma hipótese à Vida!
Fotografia: Redemption by Zemotion
(All rights reserved)
quinta-feira, 28 de agosto de 2008
Adão e Eva
Vamos trocar os papéis desta vez
Tu trincas a maçã
e eu vou tentar resistir ao pecado!
Tu trincas a maçã
e eu vou tentar resistir ao pecado!
Fotografia: Burden by Deyan Stefanov
(All rights reserved)
(All rights reserved)
segunda-feira, 25 de agosto de 2008
...
Trazia na carteira a moeda de outros tempos.
Moeda velha e suja, sem valor, obsoleta. Mas era a sua moeda.
Numa carteira de pele velha que, em caso de dúvida, demonstrava bem a idade do seu dono. Uma carteira velha. Bastante usada. E tal como a moeda sem aparente utilidade. Mas era a sua carteira! E nela encontrava-se a sua moeda!
Uma moeda que o lembrava dos tempos idos. Dos tempos em que aquela não era única moeda. Dos tempos em que a carteira era, de facto, usada... utilizada.
Com o tempo ficaram as marcas dos fatos que já não usava. Das reuniões a que já não ia. Até mesmo o cheiro do móvel de mogno da entrada da sua casa onde todos os dias pousava a carteira quando chegava.
Agora continha uma moeda que já mais ninguém usava. Um Bilhete de Identidade que já não tinha validade e papeis que na rua encontrava.
Pedaços de jornais que o agarravam a um tempo memorial... que o ligavam a memórias que já eram intemporais.
Admitia no cair da noite que sentia que a sua cabeça já não era a mesma e por vezes confundia as datas, os nomes, as pessoas, as ruas... chegava mesmo a confundir-se a ele próprio quando via o seu reflexo numa qualquer montra e sentia o impulso de puxar da sua carteira, para buscar a sua moeda e...
Tinha uma fotografia de um filho pequenino e que agora já casado, bem na vida... Um Doutor! Sorria quando dele falava mas eram as lágrimas que lhe escorriam quando à noite dele se lembrava que mais doíam. Já há muito que não o via e dele tinha apenas aquela fotografia e as memórias que se confundiam. Histórias que já nem sabia bem se eram as suas se eram as dele e por vezes punha-se mesmo a pensar que memórias teria o filho.
Tinha a vida naquela carteira e se alguém lhe fizesse a maldita pergunta ele nem por um segundo hesitaria:
"Leva-me a Vida... porque dela já só tenho esta carteira!"
Fotografia: Homeless by Isahn
(All rights reserved)
Moeda velha e suja, sem valor, obsoleta. Mas era a sua moeda.
Numa carteira de pele velha que, em caso de dúvida, demonstrava bem a idade do seu dono. Uma carteira velha. Bastante usada. E tal como a moeda sem aparente utilidade. Mas era a sua carteira! E nela encontrava-se a sua moeda!
Uma moeda que o lembrava dos tempos idos. Dos tempos em que aquela não era única moeda. Dos tempos em que a carteira era, de facto, usada... utilizada.
Com o tempo ficaram as marcas dos fatos que já não usava. Das reuniões a que já não ia. Até mesmo o cheiro do móvel de mogno da entrada da sua casa onde todos os dias pousava a carteira quando chegava.
Agora continha uma moeda que já mais ninguém usava. Um Bilhete de Identidade que já não tinha validade e papeis que na rua encontrava.
Pedaços de jornais que o agarravam a um tempo memorial... que o ligavam a memórias que já eram intemporais.
Admitia no cair da noite que sentia que a sua cabeça já não era a mesma e por vezes confundia as datas, os nomes, as pessoas, as ruas... chegava mesmo a confundir-se a ele próprio quando via o seu reflexo numa qualquer montra e sentia o impulso de puxar da sua carteira, para buscar a sua moeda e...
Tinha uma fotografia de um filho pequenino e que agora já casado, bem na vida... Um Doutor! Sorria quando dele falava mas eram as lágrimas que lhe escorriam quando à noite dele se lembrava que mais doíam. Já há muito que não o via e dele tinha apenas aquela fotografia e as memórias que se confundiam. Histórias que já nem sabia bem se eram as suas se eram as dele e por vezes punha-se mesmo a pensar que memórias teria o filho.
Tinha a vida naquela carteira e se alguém lhe fizesse a maldita pergunta ele nem por um segundo hesitaria:
"Leva-me a Vida... porque dela já só tenho esta carteira!"
Fotografia: Homeless by Isahn
(All rights reserved)
Closed doors
Se me fechares a porta
se a trancares por dentro
se te recusares a abrir...
Compreendes que não a vou forçar
percebes se não a tentar destrancar
entendes que nada te vou pedir!
Se a fechaste e a chave guardaste
se é detrás dela que te queres esconder
e se for apenas assim que consegues sobreviver
Compreendes que eu nada vá fazer!
Se foste tu que decidiste
se foste tu que uma porta fechada me impingiste
então nem uma explicação me podes exigir
Se me fechares a porta
eu não vou insistir
Se a trancares por dentro
eu vou-me embora como o vento
se te recusares a abrir
eu já não vou lá estar a assistir
Porque se me fechares a porta
nem uma janela eu vou abrir!
Fotografia: Door by Benjamim J. Burkhart
(All rights reserved)
sexta-feira, 22 de agosto de 2008
Dar a ilusão...
Vamos dançar!
Vamos dar a ilusão que sabemos voar
Vamos apenas fingir...
e por favor... não paremos por aí!
Vem e mostra-me os caminhos
vem e mostra-me os sorrisos
vem e ajuda-me a lembrar
Vem, vamos dançar!
em pontas consigo andar
sei que te vou impressionar!
Vem, vamos dançar!
No fim sei que te vou conseguir amarrar
e que não vais mais querer me largar!
Vem, vamos dançar...
vamos apenas fingir
que fazemos um lindíssimo par!
Fotografia: Bondage ballet by John Tisbury
(All rights reserved)
quinta-feira, 21 de agosto de 2008
Pain
"There are no shortcuts in life or in love. This pain must be felt, the alternative it's much worse. It's what makes us special, what makes us beautiful, what makes us worthy! It's the pain of how we love. But that pain is accompanied by something else, isn't it? Hope! With your pain there is hope, and that is where you are, somewhere between agony, optimism and prayer.
So you're Human!
You're alive!
And that is what we have!"
(In B&S)
Fotografia: Sadness2 by Lidia Estrada
(All rights reserved)
So you're Human!
You're alive!
And that is what we have!"
(In B&S)
Fotografia: Sadness2 by Lidia Estrada
(All rights reserved)
segunda-feira, 18 de agosto de 2008
Tempo
Hoje estou como o tempo.
Ou será o tempo que está como eu estou?
Nunca percebi quem influenciava quem...
Estas questões são sempre (i?)relevantes e sempre me ocuparam grande parte do tempo, terá sido talvez por isso que acabei por tirar um curso de Filosofia. Ou por isso ou por não ter conseguido entrar em Direito. Lá está! Esta é mais uma das questões à qual não consigo encontrar reposta.
Como a de saber se ouço música triste porque estou triste ou se é por ouvir música triste que fico (ainda mais) triste.
Tento não pensar muito nisto. Esta é uma das vantagens da idade que vai aumentando na parte de trás do Bilhete de identidade (e que de não sei quantos em não sei quantos anos se vai notando também na fotografia que se encontra à frente). Às tantas perdemos o interesse ou a curiosidade (ou pura e simplesmente a paciência) de tentar encontrar resposta para estas questões.
Mas hoje estou como o tempo. Ora acinzentada e a sentir-me enublada ora com uns raios de sol a despoletar.
Ora a sentir na pele o calor que me assola ora a sentir um arrepio agradável de frio.
Hoje estou assim, como o tempo!
Ou então é mesmo o tempo que está como eu!
Não sei!
Fotografia: Feel the silence by Nilgün Kara
(All rights reserved)
Ou será o tempo que está como eu estou?
Nunca percebi quem influenciava quem...
Estas questões são sempre (i?)relevantes e sempre me ocuparam grande parte do tempo, terá sido talvez por isso que acabei por tirar um curso de Filosofia. Ou por isso ou por não ter conseguido entrar em Direito. Lá está! Esta é mais uma das questões à qual não consigo encontrar reposta.
Como a de saber se ouço música triste porque estou triste ou se é por ouvir música triste que fico (ainda mais) triste.
Tento não pensar muito nisto. Esta é uma das vantagens da idade que vai aumentando na parte de trás do Bilhete de identidade (e que de não sei quantos em não sei quantos anos se vai notando também na fotografia que se encontra à frente). Às tantas perdemos o interesse ou a curiosidade (ou pura e simplesmente a paciência) de tentar encontrar resposta para estas questões.
Mas hoje estou como o tempo. Ora acinzentada e a sentir-me enublada ora com uns raios de sol a despoletar.
Ora a sentir na pele o calor que me assola ora a sentir um arrepio agradável de frio.
Hoje estou assim, como o tempo!
Ou então é mesmo o tempo que está como eu!
Não sei!
Fotografia: Feel the silence by Nilgün Kara
(All rights reserved)
quinta-feira, 7 de agosto de 2008
Hoje vi-te
Hoje vi-te
Olhei para trás e vi-te
e tu nem sorriste
Segui em frente e não consegui sorrir-te
Hoje vi-te
vi impregnado no teu corpo as recordações de todos os dias
vi as discussões e as alegrias
vi tudo o que já não queria ver
e senti-me a morrer
Hoje vi-te
e tinhas no corpo o cheiro de todas as recordações
o cheiro de todas as emoções
e senti-me a desvanecer
Hoje vi-te
e tinhas no olhar o meu olhar reflectido
e nele tudo o que já não tinha sentido
e percebi que precisava de renascer
Hoje vi-te
e ao ver-te percebi
que estava a olhar para mim!
Fotografia: Almod II by Mehmet Turgut
(All rights reserved)
quarta-feira, 6 de agosto de 2008
Will you?
Vem e beija-me de mansinho!
Faz-me lá esse jeitinho
e dá-me só um beijinho!
Faz-me lá esse jeitinho
e dá-me só um beijinho!
Fotografia: Kiss me by Jose Manchado
(All rights reserved)
(All rights reserved)
sexta-feira, 1 de agosto de 2008
Ich Weiβ!! :)
Ainda não sei...
se será do teu sorriso
desse teu jeito castiço
do facto de seres pequenino
ainda não sei...
Há uma cumplicidade
uma grande amizade
e um enorme carinho
mas ainda não sei...
Se será da forma como me fazes sorrir
da forma como me tiras do sério
ou desse teu intrínseco despautério
ainda não sei...
Gosto desse teu sorriso magrinho
metido em cara de menino
dessa tua forma grandiosa de ser!
Gosto dessa dor que é a tua,
da forma como a escondes
e de como isso te torna uma pessoa mais adulta
Gosto quando nos rimos os dois
quando brindamos ao que virá depois
e sentimo-nos bem simplesmente assim.
Talvez nunca venha a saber...
mas sinto que és um como um irmão para mim!
Fotografia: Holding hands by Amanda
(All rights reserved)
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