quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

E desta vez temos mesmo muita pena!!


A ideia era boa!
A viagem já apetecia!
A estadia já estava meio tratada e iríamos ter um dois em um.
O Manel Cruz estaria à nossa espera sentado (obrigatoriedade do próprio Festival) e tudo correria bem!
O próprio dia estava de feição e embora a companhia fosse inteiramente feminina (mania das neves destes tipos) a verdade é que seria dia 14 de Fevereiro e eu estava feliz por isso também!
Afinal os bilhetes esgotaram e vou ficar mesmo por aqui...
Acho que vou propor um jantar com a companhia do costume (Martini, o belo do queijo e um vinho suave) com os cds do Manel a tocar....
Quando ouvir algumas músicas sei que irei desejar lá estar, mas fica a promessa para um outro dia.

Entretanto:


Tu não tens de Mudar

Se o tens de ouvir tens de o fazer
E o mundo diz tu tens de mudar
Só não lavou as tuas mãos
mas tens as mãos do mundo para lavar
afasta-te um pouco mais
e dorme em paz que tu não tens
de dar o teu sorriso assim
esgotando o teu juízo assim
Tu não tens de mudar!
Quem te quer mudar não te quer conhecer
Tu não tens de o fazer!

Eu não tenho nada meu
pois tudo o que era bom foi na corrente do ter
e agora dei-me um dia para ser feliz
para ver que eu nunca vou ter o mundo na minha mão
Não tenhas pena de mim
agora...
meus dias já não são de ouro
dantes sim, existia um problema
agora todos nós somos actores de cinema
e escondemo-nos bem
dos olhos que o mundo tem
mas toda a gente nos vê
só não nos ouve ninguém!

Tu não tens de ver
Tu não tens sequer de amar
Tu só vais achar que vês,
quando ao sabor da tua lei
O amor fizer de ti seu Rei
para sempre!

Wake up call!!


Imagem roubada à Precious mas que não podia deixar de reproduzir aqui!
Conforme diz a Precious:
"
Estas palavras sábias foram proferidas por um prisioneiro, o pastor Martin Niemöller, e são citadas na exposição do campo de concentração de Dachau."

Que nos sirva de wake up call!!


quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Aniversário de Jackson Pollock


Jackson Pollock, (Cody, Wyoming, Estados Unidos da América, 28 de Janeiro de 191211 de Agosto de 1956) foi um importande pintor dos Estados Unidos da América e referência no movimento do expressionismo abstrato.

Pollock nasceu em Cody, no estado de Wyoming. Começou seus estudos em Los Angeles e depois mudou-se para Nova Iorque. Desenvolveu uma técnica de pintura, criada por Max Ernst, o 'dripping' (gotejamento), na qual respingava a tinta sobre suas imensas telas; os pingos escorriam formando traços harmoniosos e pareciam entrelaçar-se na superfície da tela. O quadro "UM" é um exemplo dessa técnica. Pintava com a tela colocada no chão para sentir-se dentro do quadro. Pollock parte do zero, do pingo de tinta que deixa cair na tela elabora uma obra de arte. Além de deixar de lado o cavalete, Pollock também não mais usa pincéis.

A arte de Pollock combina a simplicidade com a pintura pura e suas obras de maiores dimensões possuem características monumentais. Com Pollock, há o auge da pintura de ação (action painting). A tensão ético-religiosa por ele vivida o impele aos pintores da Revolução mexicana. Sua esfera da arte é o inconsciente: seus signos são um prolongamento do seu interior. Apesar de ter seu trabalho reconhecido e com exposições por vários países do mundo, Pollock nunca saiu dos Estados Unidos. Morreu em um acidente de carro em 11 de agosto de 1956.

Em 28 de Janeiro de 2009, o site de busca Google estilizou seu logotipo por um dia de forma que se assemelhasse ao seu trabalho, graças ao jubileu de abeto de seu nascimento.

(informação retirada do Wikipédia)

A soma das partes


Querer-te é uma forma menor de expressar o que na verdade sinto.
É uma maneira simplista de olhar apenas para uma parte.
É uma maneira minimalista de organizar os sentimentos.
Querer-te é muito mais do que a palavra contém, são mais significados, são mais sinónimos, são mais adjectivos, são mais sentimentos, são mais sentidos.
Querer-te é uma redução. É um menos. É menos!
No fundo Querer-te é muito mais do que as palavras podem abraçar e ao abraçar-te é a única palavra que me ocorre dizer.
Quando te digo "Quero-te" é nesta forma mais florida do Querer! É na forma mais completa. É em toda a sua forma.
Quando o "Quero-te" se desenha na minha mente é a embalagem inteira que anseia, é a totalidade que deseja e não apenas uma parte.
É a soma das partes, das boas e das más. É esse o significado do meu Querer.

Querer-te é apenas isso! É sentir as saudades mesmo antes de partires, é já sentir-te a falta!
Querer-te é sempre mais!


Fotografia: Mortal Frame by Martin Stranka
(All rights reserved)

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Porque eu não me esqueço!!!

Não sou muito dada a plantas, a verduras e à Natureza!
Quer dizer... até sou mas deve ser de família (por afinidade vá...) porque estes espécimes tendem a suicidar-se lá em casa.
Mas estou mesmo tentada a comprar uma destas!!!
Para dar alegria à casa!!!
E porque vos estou a dizer isto?
Só para vos dizer alguma coisa.
Porque nem sempre o mais importante é o que se diz...
... por vezes é lembrarmo-nos de o dizer!

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Amar-te nunca foi uma opção


"Amar-te Nunca foi uma opção!"
E no quarto fracamente iluminado por um dia que se deixava adormecer ficou a dúvida se as palavras teriam sido ditas ou se teriam sido as lágrimas que as desenharam no ar.
"Amar-te Nunca foi uma opção! Nunca me perguntaste se o querias e eu nunca te respondi que sim! Amar-te nunca foi uma opção tal como nunca foi uma questão!"
Nas paredes escurecidas pela humidade dos Invernos mais rigorosos, ainda se podiam distinguir as marcas das mãos que sobre elas pousaram em actos de sexo quase animalesco. Ainda se conseguia distinguir a marca do seu ombro esquerdo e do ombro direito dele quando, sem darem por isso, ficaram horas em pé encostados à parede a definir o futuro e a sonhar com os passos dados em conjunto. Conseguia-se ainda distinguir o que os distinguia do resto do mundo, esse amor que era só deles.
"não... nunca foi uma opção... Tal como nascer não o é! E a violência foi a mesma, a intensidade, o furor, a festa, os choros, as dores, as alegrias, as descobertas!"
As lágrimas continuam a escorrer em silêncio no quarto já envolto na escuridão da noite que agora se levantava, da noite que agora acordava.
Continuavam a combater pela autoria das palavras que nenhum dos dois intervenientes sabiam já de quem era. Se dela, se dele, se das lágrimas que ambos deixavam cair de um modo irreflectido, que caiam de um modo 'incondicionado'.
"Amar-te nunca foi uma opção!
Deixar de te amar também não..."


Fotografia: Badem music video XIII by Mehmet Turgut
(All rights reserved)

Linha do Tempo


Subia as escadas para o quarto quando de repente aconteceu.
Sem avisar. Sem nada que o fizesse adivinhar.
Parou a meio imóvel.
Fechou os olhos de modo a aguçar os restantes sentidos.
E deixou-se ali ficar.
Não se trata do que aconteceu mas sim do que deixou de acontecer.
Ainda de olhos fechados percebeu que o tic-tac tinha cessado, como que cansado da mesma rotina, da mesma engrenagem, do mesmo movimento. Como se decidisse que era tempo de parar.
De um momento para o outro parou.
Não! Não de um momento para o outro mas sim de um segundo para o outro. E com a sua paragem cessaram os minutos que se seguiriam por acumulação e as horas já nem seriam nem boas nem más... não seriam de todo.
Parada a engrenagem bloqueava ali toda a teia de sentidos e de tramas entrelaçadas que o unia a todos os outros.
A linha do tempo nunca foi só uma linha. Essa é uma ilusão. A linha do tempo é feita de novelos de diversas cores, de vários materiais, com várias grossuras. Ao toque todas as linhas do tempo são diferentes mas juntas fazem a mais bela manta de retalhos.
Faziam.
Já não fazem mais.
O que unia todos eles era a simultaneidade, a sucessão, a antecipação. Eram todos os momentos antes e depois. Eram os momentos em si! Os minutos que tinham sido decisivos. Os segundos que tinham permitido o "foi por um triz", as horas que tinham sido as derradeiras.
O tempo parado assemelhava-se-lhe a um quadrado inerte de cimento farpado. Inestético. Sem vida. Amorfo.
Reabriu os olhos devagar.
Pé ante pé subiu os degraus que lhe faltavam e sem esperança que o amanhã chegasse deixou-se ficar preso no momento que nunca foi e que nunca chegará a ser.
Na linha do tempo, nesse enorme novelo enrolado, entrelaçado, a sua era já a linha mais fina em que um sopro bastaria para se quebrar.
Na ironia das palavras apenas pensava que "o meu tempo está a chegar..."


Imagem: Take the Time by Mauricio Gomes
(All rights reserved)

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Bons dias


Há dias em que os dias começam de maneira diferente!
Em que há um calor que nos abraça logo pela manhã para nos dar os bons dias e em que apenas isso nos faz sorrir.
São os começos que marcam a diferença.
O café acaba por saber melhor e mesmo o livro que estamos a ler se nos apresenta mais interessante no caminho para o trabalho.
Chegados ao trabalho a alegria não é a maior de todas mas basta lembrar-nos de que hoje o dia começou de maneira diferente para o sorriso voltar e o calor voltar a abraçar-nos.
Depois e como se esta boa disposição fosse contagiante o nosso Director congratula-nos pelo trabalho que temos vindo a desenvolver e dá-nos um voto de confiança acrescido de incentivo.
Falamos com a mana ao telefone porque não nos ocorre contar a viva a voz o quão bem o dia nos está a correr a outra pessoa, porque era mesmo a ela!
Sei que no fim do dia terei que ir deixar o meu carro no mecânico e que isso não são boas notícias. Sei que a despesa vai ser puxadita e vou estar sem carro uns dias (um apenas era bem bom!).
Não sei que mais me vai acontecer no resto do dia.
Mas até agora estou a adorar este!!!


Fotografia: Doga I by Mehmet Turgut
(All rights reserved)

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Procurei-te


Estiquei a mão e não te encontrei.
Levantei-me num salto e corri a casa à tua procura.
Procurei-te por todo o lado, corri todos os cantos.
Vesti-me e saí de casa e nas ruas esquecidas de pessoas e de outras
pessoas adormecidas fui te procurar.
Corri meia cidade, fui às prisões e aos hospitais, falei mesmo com a
polícia que me olharam com malícia e deram mil histórias a entender.
Disse-lhes que não fumavas, virei costas e continuei no enlace de ti.
Fui à procura nos jardins e nos bancos já ocupados por outros menos
afortunados.
Procurei-te por becos e vielas,
nas principais artérias
e nos locais mais afastados.
Procurei-te no nosso lugar favorito,
no local do nosso primeiro encontro e cinema da nossa eleição.
Todos eles de portas fechadas e de ti nem visão...
Procurei-te até nascer o dia. Até sentir o sol na pele.
Até a cidade
acordar.
Corri meia cidade para não te encontrar
Cansada parei e apenas ali percebi
Se quisesses que te encontrasse não fugirias de mim!


Imagem: Attention...Red Point by Hüseyin Türk
(All Rights reserved)

Paixão



"A paixão, que devia ser desmedida, é na medida do possível. O amor tornou-se uma questão prática. O resultado é que as pessoas, em vez de se apaixonarem de verdade, ficam praticamente apaixonadas. Eu quero fazer o elogio do amor puro, do amor cego, do amor estúpido, do amor doente, do único amor verdadeiro que há, estou farto de conversas, farto de compreensões, farto de conveniências de serviço. Nunca vi namorados tão embrutecidos, tão cobardes e tão comodistas como os de hoje. Incapazes de um gesto largo, de correr um risco, de um rasgo de ousadia, são uma raça de telefoneiros e capangas de cantina, malta do tá tudo bem, tudo bem, tomadores de bicas, alcançadores de compromissos, bananóides, borra-botas, matadores do romance, romanticidas. Já ninguém se apaixona? Já ninguém aceita a paixão pura, a saudade sem fim, a tristeza, o desequilíbrio, o medo, o custo, o amor, a doença que é como um cancro a comer-nos o coração e que nos canta no peito ao mesmo tempo?"
Miguel Esteves Cardozo


À falta de inspiração que fique o que outros trouxeram à luz do dia!
E até melhores dias... e mais criativos!

Fotografia: Love by Anniken Hannevik
(All rights reserved)

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Marcas


Começa um novo ano e trago na mala a bagagem de todos os outros.

Nas paredes ficam as marcas dos quadros que teimaram em ficar.
Muda-se a disposição de uns, faz-se a substituição por outros mas as marcas continuam lá para nos lembrarmos que embora estejamos num novo ano os anteriores já marcaram a diferença e já nos deixaram a sua marca.
Vou olhando para as marcas deixadas e isso leva-me invariavelmente nas futuras marcas que constarão nas paredes da memória.
Perguntam-me como será quando tiver 60 anos
e dou por mim a sorrir só pela agradável surpresa de saber quem eu quero ao meu lado.

Do ano passado
guardo os abraços... sentidos
guardo os beijos... partilhados
guardo os sorrisos... de todos
E anseio que neste novo ano
venham mais abraços
venham mais beijos
venham mais sorrisos
As paredes prometo não pintá-las!
Gosto das marcas que tem!


Fotografia: Dreamspace reloaded 43 by Denis Olivier
(All rights reserved)